Sabei sobre esta lágrima que me sai da pena:
São dores faceiras do amor que me sacrificam.
Vede que é ela a sina madrasta que se encena,
Criando-me em dores que choram e petrificam.
Esta triste lágrima que me desce dos olhos
São os trigueiros sorrisos de Joana ou Marina,
São os afagos apertados e carinhosos
Que nascem angelicais do corpo de Carolina.
Sabei vós que esta poética lágrima minha
Não nasceu casualmente pelo destino
Como constrói-se vorzmente a erva-daninha;
Sabei, pois, que é a pena quem produz, feito a flor,
O néctar que desce moroso o meu peito sino
E escreve tão amoroso estes versos de amor.
Elismar Santos