A
ESTRADA E SEUS DETALHES
Ontem, dia internacional das mulheres, caí de moto.
Era tarde e eu voltava do serviço; a moto derrapou e a queda foi inevitável.
Não; não tive maiores ferimentos, apenas pequenos arranhões e dores tolas.
Antes da queda, porém, parei para fotografar algumas paisagens: um rio, a
estrada, o gado no pasto; coisas vãs, que vejo todos os dias, mas que sempre me
maravilham.
Andei por todo o restante do percurso com um sorriso
largo no rosto, apesar das dores que sentia. A moto com a cara torta para um
lado, como se eu quisesse ir para um lado e a “poderosa” para outro, igual ao
velho vaqueiro na capoeira correndo boi brabo, arredio, tentando seguir o
bicho, enquanto o cavalo tenta seguir o caminho oposto.
Ria da queda, ria da vida, ria de mim mesmo. Uma
queda besta, numa situação hilária e o corpo todo dolorido. O sol quente; eu
caído no chão e a senhora, escorada na velha cerca de arame, a perguntar:
- Machucou, meu filho! (kkkkkkkkkkkkk!!!).
A estrada longa, debaixo do sol quente, mais parece
um rio de areia, brilhando ao longe, e eu, velozmente, cortando-a como se fosse
um grande nadador de areias; talvez um Xuxa, ou Gustavo Borges. Qualquer um,
montado numa moto de cara torta para o lado.
A estrada é corriqueira, com suas cabeças de gado, a
seriema, o tucano, a ema, os tatus e veados a cortá-la de um lado para outro,
sem pensar em nada, sem atinar para o perigo que correm. A estrada é longa,
tola e traiçoeira, como as menininhas de pernas acinzentadas que caminham à sua
margem, levando na cabeça, sobre a rodia de pano, um feixe de lenha, todas
caladas, algumas pensando besteiras.
É tarde e o corpo dói. O conserto da moto não será
barato; o meu não tem conserto, apenas algumas cicatrizes que o tempo tratará
de esconder. Um bando de pássaros voa em debandada em rumo à pequena
comunidade, devem ser os mesmos que amanhã de manhã farão o trajeto inverso, à
espera de que tudo se repita, com este ou aquele detalhe diferente. Detalhes
que fazem toda a diferença. BOM FINAL DE SEMANA A TODOS!
Boa tarde,Elis!
ResponderExcluirAte de um acidente que, se não fosse trágico seria cômico, você consegue tirar um bom texto, fiquei daqui de BH imaginando... Se fosse eu que estivesse caído certamente não sairia vivo. Aqui a nossa preocupação são com os motoristas assassinos, com suas máquinas de matar cada vez mais velozes e furiosas, as carretas bi-trens, tri trens e e os outros trens de loucos, os asfalto nem se fala, quando tiram os buracos ficam os morrinhos que com quase 30 centímetro desequilibra qualquer um, os motoristas não respeitam mais os motociclistas e virse e versa. Ah amigo aqui com certeza não iria sobrar nada caso em uma dessas curvar da Via Expressa ou da BR 381 vc derrapasse, que bom que foi sou um tombo e mesmo com a moto com a cara torcida meio que de lado, como alguém que já não olha mais para gente, ou vira a cara, vc chegou bem em casa, a esposa do Arnaldo e a filha devem estar muito orgulhosa de você, que chegando em casa todo ralado não reclamou da derrapagem, da curva e nem da poeira e somente de uma risada daquelas bem bacanas que vira e mexe damos nas redes sociais, a famosa kkkkkkk.
PS. (não seria as menininhas de pernas acinzentadas a verdadeira culpada pelo tombo?)