- Bom dia, vizinho.
- Bom dia vizinha.
- Ontem à noite, ouvi algum barulho vindo da sua casa. Por acaso, estava fazendo alguma festa?
- Não era festa, apenas um jantarzinho solitário.
- Mas, que graça tem um jantar solitário... com música, mas sem ninguém para dançar?!
- Eu não danço, vizinha. Apenas sinto a música, e deixo que ela me penetre a alma. Isso me ajuda a escrever meus poemas.
- É verdade, você é poeta. Já até li alguns poemas seus. Coisa pouca, mas que me deixaram curiosa... Por acaso, tira-os de algumas paixões complacentes? Ou dos vinhos que beberica nesses jantares solitários?!
- Os vinhos são para mero deleite, vizinha. E namorada eu ainda não tenho.
- Ah... Também gosto do Pérgola, eu vi pelas garrafas que joga no lixo; mas, prefiro com apenas duas pedrinhas de gelo. Quanto a música: Rock é bom, mas, cairia melhor um bom tango, ou uma musiquinha romântica. O que acha?
- Isso depende. Talvez você possa me ensinar como se faz.
- às oito, na sua casa. Mas só se você me fizer um poema de amor.
- Sobre o poema, conversamos à noite.
- Bom dia, vizinho.
- Bom dia, vizinha.
E ambos saíram com os olhos refletindo o belo dia que nascia.
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