domingo, 25 de julho de 2010
UMA VELHA SENHORA
UMA VELHA SENHORA
Era uma senhora triste. Os cabelos tão alvos como uns algodoais. Não sabia nem mais quantas primaveras havia vivido; no entanto, estava convicta de que as tinha vivido da melhor maneira possível. Não pensava em morrer, mas aceitava que se ela viesse, quando viesse, seria muito bem recebida.
Um dia perguntaram a pobre velhinha sobre o que a fazia viver com tanta felicidade e, sobretudo, com tamanha intensidade. A velha, escondida sob o seu velho cachecol, não se atreveu nem mesmo a sorrir; timidamente falou: "Não sei responder a tão difícil pergunta, sei apenas que fui vivendo cada um dos momentos que foram surgindo a minha frente".
Um senhor de meia-idade, que se encontrava ali por perto, pôs-se a chorar. Vieram lhe perguntar pelo motivo daquele pranto. Ele respondeu que havia se emocionado com a alegria que aquela pobre velhinha demonstrava diante de uma vida tão longa e de um futuro tão curto, enquanto ele, na metade do caminho ainda não tinha vivido nem um instante do que poderia e com uma vida tão longa pela frente, não sabia nem ao menos aonde ir.
Sejamos como a velhinha: vivamos um momento de cada vez.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário