Conversando com um aluno na sala dos professores e escrevendo estas linhas, noto o quão vagos são os nossos pensamentos e no quanto somos capazes de voar em um mínimo tempo de distração, dando espaço às divagações e ao saudosismo, muitas vezes exacerbados.
Eis que volto aos anos de 1980, durante as minhas primeiras letras. Feito flashes as lembranças surgem: a professora com o seu perfume cheio de letras que se impregnava em minha mão nas curvas de cada letra que ela me ensinava a desenhar; os alunos reunidos no pátio para cantarmos uma música estranha, com umas palavras esquisitas, mas que a diretora dizia sempre ser o símbolo da nossa pátria; a descoberta, ao dicionário, de uma palavra estranha que diziam ser palavrão mas o livro desdizia e depois, os homens, teríamos certeza de que não era...
As lembranças se fundem e confundem-se no encardido da folha ao misturarem-se com uma voz longínqua a me dizer puerilidades e um barulho estridente afugenta-as ao exílio escuro do baú das recordações, restando-me apenas a bolsa e a vida, esbranquiçados por um pó de giz que teima em ficar.
Coração de Jesus, 27/06/2011
Sigam-me em www.Twitter.com/@elismarsantos;
No Facebook e no Orkut.
Um abraço do poeta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário