Hoje comprei um livro. Um livro de poesias. Camaleoa é o nome do livro. Um livro de Maria Helena Sato. Não, não a conheço. Também não sei porque o comprei. Simplesmente o vi e comprei. Cinco reais. esse era o preço do livro. Porque tinha uma tarja preta. Será que precisava de receita para comprá-lo? Se precisava eu não a tinha. Também não me a pediu a mulher que me vendeu o livro de poesias.
Acho que todo livro de poesias precisaria de uma receita médica.Poesia é doença. Pior, doença incurável. Doença que dá na alma e vai tomando o corpo todo. Quando se vê, não se está morto. Não, poesia não mata. Antes, deixa num estado de melancolia, de dor, de ópio, deixa num estado poético. Ou seria patético? Não sei. Sei apenas que tenho mais um livro de poesias. esse fala de São Paulo. O de Maria Helena. Os outros falam de São Paulo, de Minas e de amor. Falam de dor.
Gosto. Gosto de ler, mas não gosto de comprar poesias. Acho que poesia deveria ser dada. Doada. entregue de mão em mão, como um presente. Um presente doído. Doloroso. Mas, um presente. Um eu ganhei. Atrito é o seu nome. O autor é Jurandir Barbosa. O outro, me dei. Mutação. De minhas vísceras. de minhas entranhas. De mim, eu mesmo.
Talvez seja loucura gostar de poesia. Pois que seja. Nesta terça-feira, enlouqueci-me um pouco mais. Por míseros cinco reais. Por isso acho que a poesia deveria pedir receita médica. Como pode tanto amor, tanta dor, tanta inspiração valer somente cinco reais. Não vale. Não vale nada. Poesia não tem preço que a pague. Que apague!
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