AULA
DE LITERATURA
@ElismarSantos
Passei todo o dia
anterior preparando a aula de hoje: Romantismo, Realismo, e tantos outros ismos que compõem as Escolas Literárias
brasileiras e portuguesas. Foram horas e horas debruçado sobre livros, internet
e outras fontes de pesquisa; noite sem dormir, treinamento, concentração e o
pensamento sempre focado no discurso a ser proferido.
Eis que é chegado o
grande dia. A apreensão é enorme. A matéria na ponta da língua; cabelo cortado
e penteado; barba feita e roupa nova para a apresentação. Nada pode sair
errado, nem uma linha, uma palavra, uma vírgula que seja. O suor já escorrendo
pelo rosto e uma vontade imensa de fugir.
Bate o sinal e os alunos não entram. É dever
do professor correr atrás de cada um e colocá-los assentados em suas carteiras.
Começa, então, toda a explicação preparada: Fagundes Varela, Castro Alves, José
de Alencar, Machado de Assis e outros; as questões religiosas, sociais,
econômicas, a poesia e a prosa, enfim...
Enquanto isso, uma
turminha conversa no cantinho da sala; dois alunos dormem, já quase aos roncos;
quatro olham para as paredes e o teto, à procura de algo que lhes prenda a
atenção; uma mocinha apaixonada escreve uma cartinha de amor para o namorado
imaginário e, no fundão da sala, alheio à toda aquela balburdia, um poeta
adolescente escreve a sua mais bela poesia, com todo o esmero que lhe é
peculiar..
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