Justo agora
que sou rei
entrego-te
o meu reino.
Entrego-te
minha vida
que se tornou
meu trono.
E dou a ti
meu sonho
que meu não é,
entrego-te.
Leva a vida
que meu reino
te oferece,
mas deixe-me
Morto em mim
solto em mim
preso em mim
que sou sonho
E inexisto,
se é que existe
esta dor
que está em mim
e tu não vês,
nem sentes,
e não sabes
que me mata
Como flecha
que perfura
o árduo peito
em candura.
Entrego-te
meu reino
mas peço-te
minha vida
pra que eu morra
e comigo
leve o sonho
que não e meu
pois não és tu,
ó, serpente!
da crua noite
a nua deusa
que m'encanta
os alvos dias
e faz roer
a crua dor.
Vai-te, e deixa
eu sonhar
com o terno
ser do amor.
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