pela rua, como que
se andasse pela vida
(devagar e preguiçosa),
para, com sua negritude,
no meio do asfalto idem
e, limpa como o dia,
pega um graveto
seco como o ar de sua vida,
alguns plásticos sujos
(de lama, comida e fezes).
A casa de Sá Lúcia
é toda feita de gravetos
e plásticos sujos
(sem contar os papelões,
que um dia a pôs em fogo).
Sá Lúcia é toda suja
(por fora) mas, um dia,
ela há de descansar,
e, aí verão os limpos
que Sá Lúcia é o mais limpo
entre todos os seres.
E a mais pura
entre todas as almas
que perambulam
pela vida de minha rua.
Saberão todos
que a negra Sá Lúcia
é a mais branca
entre todas as almas.
Elismar Santos 19/03/2003
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