Muitos preferem São
João da Lagoa. Eu, por questão de intimidade mesmo, prefiro a alcunha de
Pitinha. Como bom mineiro, afeito às simplicidades e às proximidades das
coisas, acho mais carinhoso o nome no diminutivo; não no sentido pejorativo,
mas com a ideia de aconchego, de proximidade com o ser, assim como chamavam a
um dos nossos maiores poetas de “Poetinha”, pelo simples prazer de trazê-lo
para junto de si.
Talvez
seja mesmo o saudosismo, quiçá a nostalgia, que me fazem pensar assim.
Consequentemente, sou avesso às formalidades, aos extensos cerimonialismos e às
falsidades que tudo isso traz no seu âmago; preferindo andar de bermuda e
chinelo, com a camisa do meu time à beira da lagoa nas tardes de quarta-feira,
enquanto não começa o ano futebolístico.
Pode
parecer bobagem, mas, nomes enormes me fazem lembrar as novelas mexicanas;
enquanto os nomes no diminutivo e até mesmo os apelidos me remotam aos nossos
grandes jogadores de outros tempos, aos apelidos carinhosos de criança. Os bons
jogadores chamavam-se Pelé, Tostão, Ronaldinho, Zico e as crianças eram Pedrinho,
Luisinho, Careca, Toquinho.
Muitas
vezes os nomes não ornam com suas respectivas cidades. Ao repetir, por exemplo,
o nome de Luís Eduardo Magalhães, imagino uma urbe onde convivam
cerimoniosamente homens de terno e
gravata com mulheres de longas saias e blusas de manga. Não sei mesmo se teria
coragem de perambular pelas ruas daquela plaga como ando pelas ruas de cá.
Assim,
lembro-me do cachorro de um vizinho. O vizinho chamava-se Eleutério e o
cachorro Jonley. Pois eis que todas as manhãs, antes que o sol começasse a
queimar o cocuruto, o homem levantava-se, fazia suas ablações, tomava o seu
café com pão e manteiga, vestia-se de terno e gravata e punha-se a passear com
o Jonley. Hoje, mais afeito as diversidades mundanas, não o recrimino, afinal,
com um cachorro desses até eu andaria assim. Até eu.
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