domingo, 26 de janeiro de 2020

O FIM DOS VELHOS JOGADORES

O Futebol, assim como a moda, é cíclico e, sem sombra de dúvidas, a todo instante cria novas verdades que, em seguida, transformar-se-ão em grandes mentiras, para depois se transformarem em verdades novamente. Assim, pode ser verdade que está chegando o fim dos velhos jogadores.

Em tempos não tão longínquos, os jogadores saíam para a Europa já formados, com mais de vinte e cinco anos, para construírem o seu "pé de meia", retornando já em vias da aposentadoria, sendo poucos os que passavam dos trinta anos jogando em alto nível e, mais raramente, aproximando-se dos quarenta em alto nível.

Naquele tempo, o futebol brasileiro primava pela técnica, enquanto os europeus privilegiavam os engessados esquemas táticos. Os atletas que iam para o Velho Continente eram famosos por desequilibrar os jogos, além de não se aterem às grandes responsabilidades.

Com o passar dos tempos, os grandes times da Itália, Inglaterra, Espanha, entre outros de menor expressão, passaram a buscar jogadores cada vez mais jovens, chegando ao ponto de contratar vários jogadores de qualidade ainda nas categorias de base dos pequenos, médios e grandes clubes brasileiros.

Com isso, passamos a ver por estas plagas, com maior frequência, a participação de jogadores acima dos vinte e cinco anos e, graças às novas tecnologias e à mudança de perfil dos nossos futebolistas, um grande número de jogadores com idade entre trinta e quarenta anos.

Juntamente com a saída cada vez mais precoce dos nossos jogadores, é notório que a qualidade técnica do futebol brasileiro tem passado por uma sensível queda, desfilando pelos gramados nacionais jogadores medíocres e atletas em fim de carreira.

Atualmente, o futebol tem começado a sofrer um novo processo, com os clubes compreendendo o pensamento europeu e, vislumbrando a oportunidade de ganhar mais dinheiro com a venda de jogadores, contratando cada vez mais jogadores novos e com características agradáveis ao futebol do Velho Continente. Desta maneira, os velhos jogadores são relegados aos times de menor expressão ou veem-se obrigados a aposentarem-se das quatro linhas, passando às funções extra-campo.

É fato que se trata de um processo, por enquanto, irreversível. Conseguintemente, é possível que tenhamos uma elevação na qualidade técnica do nosso futebol, além de transformações táticas, em grande parte pela presença de diversos técnicos estrangeiros em nossos campos. Não obstante, é fato que muitos jovens jogadores, as verdadeiras joias, serão vistos por aqui apenas por um ou dois anos, seguindo rapidamente para a Europa, sobrando-nos os outros futebolistas.

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