As ruas têm alma. Quem disse isso foi João do Rio. E vejo-me na obrigação de concordar com o magistral cronista. As ruas têm alma, ouvido, cara e coração. Você, nobre leitor, já parou por um instante para ouvir o que diz a sua rua?
Creio que mesmo o mais cético amigo haverá de concordar comigo, e também dirá que CADA RUA TEM A CARA DO SEU DONO. Se bem que não sei ao certo se nós somos os donos ou se ela, a rua, é que nos tem.
Às vezes, pego-me escutando as ruas alheias, vislumbrando as suas belezas, as suas nuances, os seus sonhos e desilusões. E são tantas as ruas perdidas, sem chão, sem qualquer sorriso que anime.
Melhor mesmo é ficarmos quietinhos em nossa própria rua. Cuidando para que não a matem, que não a entristeçam, que não a deixem com outra cara, que não a nossa. Afinal, cada rua tem a cara e a alma dos seus donos.
isso é um poema
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