quarta-feira, 1 de setembro de 2010

BRINCADEIRA DE CRIANÇA

BRINCADEIRA DE CRIANÇA


Quando ela entrara no quarto, sozinha, ninguém prestou atenção; o problema foi ela sair do quarto. A porta trancada por dentro não tinha chaves reservas e, por mais que tentasse, a pobrezinha não conseguia dar as duas voltas necessárias para que a ela se abrisse.
O tempo passava e a mãe enlouquecia. Os sentimentos se confundiam; primeiro, tentava acalmar a criança, para que não chorasse nem entrasse em pânico; depois, começavam as promessas de uma merecida sova, como pode uma criança entrar num quarto, sozinha, e trancá-lo por dentro! Eo pior, depois não conseguir abrir a porta!
Os olhos da mãe enchiam-se de lágrimas. Ela- a mãe- estava pálida, trêmula, receosa de que algo acontecesse com seu anjinho. Todos tentavam acalmar a criança, enquanto a mãe continuava a desesperar-se recostada junto à porta chamando pelo nome da menina.
As tentativas foram todas vãs. A janela estava fechada; travada por causa do risco de ladrões; a chave ficara inclinada, o que não permitia que a menina a retirasse de lá. O tempo passava, já era noite, uma noite fria de sábado, sem lua e sem graça nenhuma.
Por fim, uma solução extrema: chegara a hora de chamar o chaveiro. O homem não vinha e mãe quase tendo um ataque cardíaco; mais um pouco e arrebentaria a porta (do quarto ou do coração.). O homem veio sorridente; abriu a porta com cuidado, enquanto a mãe conversava com seu bebê, bajulando-a e prometendo, ainda, a merecida surra.
A porta, como que num sopro de alívio, se abriu. A mãe, já sem um pingo de sangue nas veias correu a abraçar sua pobre filhinha. As lágrimas corriam pelo rosto aliviado da mulher, quando a menina disse:
- mamãe, vamo brincar de novo!


Coração de Jesus, 28/08/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário