domingo, 17 de julho de 2011

DIÁRIO DE BORDO (Início do livro)

A TV está ligada e as duas assentadas no sofá. Uma com os pés sobre o estofado e a outra deitada no seu colo. Faz frio e as notícias do JN colaboram para aumentar a sua intensidade. Não gosto de noticiários. Por isso, assento-me à escrivaninha, abro o computador e tento escrever algumas palavras. Primeiro, tento buscar uns versos; alguma coisa que fale de amor, de dor – não entendo bem as suas raízes, mas sou melancólico por natureza. Depois, tento uma narrativa, talvez uma epopéia ou uma crítica social. Não sai, faltam-me as idéias e, por mais que eu tente, não me vem qualquer lampejo de criatividade.
Às vezes me vejo tomado por total abstinência criativa, como se me faltasse a mínima vontade de produzir, daí a sensação de que muito pouco valho neste mundo. Assim como não tem valor aqueles que nada produzem nesta nossa existência. Só então me surge a pergunta sobre o porquê de estarmos aqui. Será que temos um porquê, ou apenas viemos acá por um mero acaso?
Não consigo encontrar qualquer explicação plausível, e esta dúvida me queima a cabeça, fazendo com que minha velha dorzinha de cabeça volte a mim, como se fosse uma parte de minha alma.


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