O Metrô arranca devagar e vai ganhando velocidade, a cidade vai correndo ao lado, como se também quisesse chegar a algum lugar. Logo, o trem adentra a enorme boca de um túnel e, sem ter o que fazer, ponho-me a observar os meus companheiros. É de manhã e as pessoas já estão cansadas - me estranha o fato de que elas sempre estão com a cara amarrotada, os olhos pesados e o sorriso escondido; tão contrário ao que ao que vejo em Minas.
Numa das cadeiras ao meu lado, um homem carrega consigo uma careca vistosa, cheia de brilho, e um olhar cansado, triste e pensativo. O que pensará aquele homem? Talvez esteja esgotado de toda essa correria- essa na qual eu tento entrar e me encaixar- ou, quem sabe, esteja desiludido com algum amor mal resolvido. Talvez sua mulher o tenha deixado, ou mesmo nunca a tenha encontrado e perambule por aí em busca de um par perfeito.
Mais a frente uma mulher se entretem com uma revista de moda. Talvez pudesse ser aquela o par do careca ao meu lado; mas ela não o olha, apenas folheia as páginas da revista, alheia a tudo, ao mundo e as pessoas que a cercam. É incrível a capacidade que alguns seres possuem de se isolar facilmente do mundo.
Pensei chegar-me junto dela, cutucá-la e perguntar pelo seu nome; quem sabe, apresentá-la àquele triste homem e puxar uma conversa animada. Não o fiz; pois, embora o quisesse fazer sem qualquer mal pensamento, poderia ser entendido como bisbilhoteiro ou, mesmo, vagabundo. Fiquei quieto no meu canto, olhando aqueles dois enquanto o trem desenvolvia o seu caminho. Assim somos nós, pobres mortais, afundamo-nos em nossas tristezas ou isolamo-nos do mundo enquanto a vida passa.
O trem chega à minha parada e os dois continuam nos seus lugares, sozinhos, solitários, isolados e infelizes. Olho-os novamente e nenhum olhar de agradecimento recebo de volta; acho até que a minha presença alí não fora notada por nenhum dos dois. Sigo meu caminho a espera de que algum passageiro mais atrevido os tenha notado e tenha aproximado-os, construindo, assim, mais uma história de felicidade em meio ao caos urbano.
Pensei chegar-me junto dela, cutucá-la e perguntar pelo seu nome; quem sabe, apresentá-la àquele triste homem e puxar uma conversa animada. Não o fiz; pois, embora o quisesse fazer sem qualquer mal pensamento, poderia ser entendido como bisbilhoteiro ou, mesmo, vagabundo. Fiquei quieto no meu canto, olhando aqueles dois enquanto o trem desenvolvia o seu caminho. Assim somos nós, pobres mortais, afundamo-nos em nossas tristezas ou isolamo-nos do mundo enquanto a vida passa.
O trem chega à minha parada e os dois continuam nos seus lugares, sozinhos, solitários, isolados e infelizes. Olho-os novamente e nenhum olhar de agradecimento recebo de volta; acho até que a minha presença alí não fora notada por nenhum dos dois. Sigo meu caminho a espera de que algum passageiro mais atrevido os tenha notado e tenha aproximado-os, construindo, assim, mais uma história de felicidade em meio ao caos urbano.
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