Está chegando o "Dia dos Pais". Nada mais justo do que aquele que nos trouxe ao mundo e, um tanto quanto importante, nos deu a condição para nos mantermos nele, seja homenageado. No entanto, o Arnaldo (sempre ele!) me veio ontem com mais esta: "Patrão, o "Dia dos Pais" é pra comemorar ou pra comprar?
Pobre Arnaldo! Sempre com suas dúvidas. E o pior é que também eu tomei para mim as suas indagações. Realmente não sei. Não compreendo o porquê desse dia, assim como nõ consigo entender a existência de outros tantos. O politicamente correto afirma que "todos os dias" devem ser "Dia das Mães", "Dia dos Pais" e etc.Mas se assim o fosse, o que seriam de nossas lojas?!
Enquanto matutava a ideia, vi que o Arnaldo continuava a minha frente; talvez esperando por uma sentença minha. Mas o que dizer? Em alguns momentos penso em despedir o curioso, mas ele é o indivíduo que sempre me deixa inculcado com suas ingenuidades - e vejo que nós também somos ingênuos, embora pensemos o contrário - e eu gosto de suas indagações.
Fiquei por longo tempo pensando. De fato, não pensava; lembrava dos meus pais no interior de Minas, cada um com seus problemas e suas alegrias, sempre esperando a minha volta. Lembrei-me dos tempos de criança, em que ele me pegava nos ombros e brincávamos de cavalinho- minha mãe com um imenso sorriso nos lábios - e nos olhos...
Queria chorar. Sentia saudade, vontade de voltar e dar-lhes um presente, quiçá apenas um abraço. Notei que meus olhos se enchiam de lágrimas, e, antes que desabasse, falei firme: "Arnaldo, vamos tomar um trago!". Melhor esquecer as suas indagações e homenageá-los do jeito que o coração mandar. "Feliz Dia dos Pais!!!
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