Ontem choveu. Choveu manso, de leve, quase que uma brisa a molhar nossos chapeus. Alguém me tem perguntado se uso chapeu. Não, não uso. Nunca fui adepto de tão formoso hábito, mas admiro quem o faz. Sendo para tanto, necessário saber escolher cuidadosamente e com grande sensibilidade o que se usará.
Houve tempos em que chapeu era sinônimo de nobreza, depois de boemia. Hoje, tal vestimenta nada mais é do que um reles acessório contra o sol. Minto. Esta é a minha humilde opinião. Mas há pessoas que ainda acham que o chapeu seja nobre, ou vagabundo. Para mim, é um acessório, que se bem ou mal posto pode ser nobre ou plebeu.
Muitos ainda utilizam o chapeu. Alguns carecas, alguns senhores, alguns artistas. Os comuns utilizam-no de acordo com o vento, melhor, segundo os ditames da moda. As mulheres também usam, em ocasiões especiais: festas, casamentos, funerais, lavagem de roupas no rio.
O chapeu vem varando os tempos, resistindo as catástrofes, aos modismos, às intempéries mundanas, para se tornar em ícone. Símbolo de uma geração que ocultava a c'roa a fim de não mostrar a realiza. Realeza plebe, comum, social. Realeza de um povo sofrido, é bem verdade; mas que sabia viver, embora ainda não soubesse. Como hoje ainda não se sabe.
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