terça-feira, 20 de março de 2012

VIAGEM


VIAGEM

Enquanto a moto corta a estrada enlameada, penso. Viajo junto da moto e transporto-me para longe; filosofo, crio situações, histórias; prevejo o futuro; recrio o passado. A estrada passa rápido; a água barrenta voa, suja a moto, minha roupa, minha alma.
Hoje recriei o centenário de minha cidade. Relembrei os mortor de coisas e criaturas. Mas, descrente de tudo, desolado e sem perspectivas, desfiz-me, por inteiro, em pequenos pedaços, apenas para me refazer, segundo a ótica do mundo. E cheguei ao fim. s, os criadores da urbe; os destruidores dela. Desfiz suas casas, suas ruas e morros, só para depois construir tudo de novo, com o meu jeito, a minha cara, a minha alma.
Hoje pensei o povo corjesuense, suas nuances, seus problemas. Desfiz-os todos e reconstruí cada um, à minha maneira, sob a minha ótica transviada; até que o tempo passasse, a vida voasse e o destino se fizesse por estas paragens.
Pensei, destruí, criei, recriei. Transmutei-me em escritor, criador de coisas e criaturas. Mas, descrente de tudo, desolado e sem perspectivas, desfiz-me, por inteiro, em pequenos pedaços, apenas para me refazer, segundo a ótica do mundo. E cheguei ao fim.

Um comentário:

  1. Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.

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