VIAGEM
Enquanto
a moto corta a estrada enlameada, penso. Viajo junto da moto e
transporto-me para longe; filosofo, crio situações,
histórias; prevejo o futuro; recrio o passado. A estrada passa
rápido; a água barrenta voa, suja a moto, minha roupa,
minha alma.
Hoje
recriei o centenário de minha cidade. Relembrei os mortor de
coisas e criaturas. Mas, descrente de tudo, desolado e sem
perspectivas, desfiz-me, por inteiro, em pequenos pedaços,
apenas para me refazer, segundo a ótica do mundo. E cheguei ao
fim. s, os criadores da urbe; os destruidores dela. Desfiz suas
casas, suas ruas e morros, só para depois construir tudo de
novo, com o meu jeito, a minha cara, a minha alma.
Hoje
pensei o povo corjesuense, suas nuances, seus problemas. Desfiz-os
todos e reconstruí cada um, à minha maneira, sob a
minha ótica transviada; até que o tempo passasse, a
vida voasse e o destino se fizesse por estas paragens.
Pensei,
destruí, criei, recriei. Transmutei-me em escritor, criador de
coisas e criaturas. Mas, descrente de tudo, desolado e sem
perspectivas, desfiz-me, por inteiro, em pequenos pedaços,
apenas para me refazer, segundo a ótica do mundo. E cheguei ao
fim.
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.
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