segunda-feira, 7 de maio de 2012

CAROLINA E A DITADURA


CAROLINA E A DITADURA


@ElismarSantos


A mídia anda em polvorosa com o caso das fotos surrupiadas da atriz Carolina Dieckman (?). Também anda as voltas com a recuperação (ou não) de Pedro Leonardo; além, é claro, do caso Cachoeira e as tantas outras polêmicas das nossas casas políticas. Fato é que vivemos em um mundo de intensas trocas de informações e, por isso, cada um que cuide do seu!
Não muito longe se vão os tempos da ditadura, com o seu afamado Doi-codi que, pelo que dizem, como doía (Eu não podia perder o trocadilho!) !  Tempos de duríssimas espionagens, quando pessoas da própria família eram capazes de dedurar um parente em prol da unidade nacional. Não; não digo que estejamos voltando a este tempo. Afirmo apenas que a espionagem corre a solta.
Hoje em dia, muitas pessoas vivem de bisbilhotar a vida alheia, aproveitando-se de escorregadelas ou pequenas falhas de outrem. Vide o caso da Carol (!) que por míseras fotos íntimas tivera a sua intimidade escancarado, depois de negar-se a pagar dez mil reais ao espertalhão. Não; também não seria nada comparado ao Dói-Codi, pois, convenhamos, aqueles agiam por um objetivo, ainda que inumano; enquanto estes covardes o fazem apenas pelo prazer e pelo dinheiro.
Bons mesmo eram os tempos das velhas máquinas de filme, quando tirávamos nossas fotos e revelávamos nós mesmos, em casa, no escurinho de um quarto qualquer. Sendo que, vantagem ou não, os papéis por serem de péssima qualidade, não duravam por muito tempo. Hoje não. As coisas passam rápido demais, mas as imagens eternizam-se. Pobre Carol! Rapidamente ficará velha e decaída; então, restará a nós, pobres mortais, olharmos as fotos de quando ainda era jovem e bonita.
Somos todos voyeuristas (?). Gostamos de observar o que não nos pertence; desejamos o alheio e, mais do que isso, se não podemos tê-lo, esculhambamos todo ele.  É duro, é cruel, mas é a realidade. A atriz continuará com todo o seu brilho e esplendor; mas o Dói-Codi, a ditadura e as fotos surrupiadas ficaram para sempre em nossas lembranças (ou nos computadores?).

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