DIVAGAÇÕES SOBRE A CHUVA
@ElismarSantos
A chuva deu as caras novamente. Levemente, é verdade, mas reapareceu. Junto dela se acumulam as roupas por lavar, a lama a suja o piso de casa, as reclamações das mulheres e outros contratempos. Mas isso é o de menos, o mais importante são as benesses trazidas por ela.
Vocês já puseram reparo no quanto o dia fica mais tranqüilo diante de um dia chuvoso: os pássaros cantam com maior beleza, os filhos se comportam melhor, os motoristas e as mulheres ficam mais calmos... Quer dizer, estas até que tenham que lavar a casa ou as roupas. Mas, sinceramente, eu prefiro uma chuvinha gostosa.
Os que mais gostam da chuva são os beberrões, apesar de que para eles não existe tempo ruim. Se faz sol, bebe-se para refrescar a alma; se cai a chuva, bebe-se, então, para esquentar o friozinho que faz doer a espinha. Estes são um caso sério, aliás, seriíssimo. Não sei se existe alguma estatística a respeito, mas creio que são nestes dias que acontece o maior número de acidentes e mortes por causa da cachaça. Aff!
Mas, convenhamos, a chuva não é culpada de coisa alguma. Os culpados somos nós, pobres mortais, que não sabemos apreciar sua beleza com moderação. O mais adequado é que se observe a chuvinha que cai de manhã acompanhado de um belo copo de café, algumas broas de milho ou um belo bolo de fubá. Na hora do almoço vale uma dosinha pouca de cachaça, sendo que é possível repeti-la ao entardecer, ou antes do jantar.
Vejam vocês o mais importante: na hora de dormir, com a chuva teimavam em cantar a sua toada sobre o telhado, o mais gostos é deitar precavido, com um bom cobertor de orelha e, se possível, um velho radinho de pilha, daqueles Motobrás, de bem antigamente, tocando uma boa música caipira. O resto que fique pra outra hora, em quer o sol apareça e seque nossas lembranças molhadas de chuva. Tenho dito!
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