DIVAGAÇÕES SOBRE A VIDA E A MORTE
@ElismarSantos
Os carros passam em disparada, enquanto, sentado no velho banquinho de cimento, bem no centro da pracinha, ele observa tudo e todos. Ninguém lhe vem bater um papo, jogar conversa fora, falar sobre coisas vãs. Apenas os pássaros estam do seu lado, alguns comem as migalhas que alguns transeuntes deixam cair, outros cantam sobre a grama verde da praça. Ele apenas observa e isso já lhe é o suficiente.
Não é tão velho, mas já tem vivido bastante. Já tivera, também, essa pressa que os jovens possuem; por isso, já correu de um lado para outro atrás de dinheiro, de mulheres, de status. Hoje não corre mais. Fica todo o dia sentado naquele banquinho. às vezes, lê umlivro, embora as suas vistas já não estejam tão boas quanto antes, mas, quase sempre, apenas observa.
Não sente remorso de nada do que tenha feito, apenas sente pena daqueles homens e mulheres que passam céleres à sua frente. Eles não vivem, assim como ele não viveu, e, certamente, quando ficarem velhos, sem dinheiro e sem amigos, haverão de escolher um velho banco de uma praça qualquer e ficar, todo o dia, a observar a vida que passa, a esperar a morte que nunca chega.
Não diz nada aquele senhor, apenas olha, observa a cena: uma mulher que passa a arrastar a menininha chorona; um homem de cabelos grisalhos apressado com uma maleta à tiracolo; uma mocinha com um celular pregado ao ouvido, e tantos outros que apenas andam, correm, mas não vivem, não sabem que a vida é curta e que a morte é infinita. Pobres coitados! E uma tristeza incomensurável toma conta do pobre e triste velhinho sentado no velho banco da praça.
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