quarta-feira, 19 de março de 2014

ROTINA CORJESUENSE

Depois do café, rotineiramente, assento-me debaixo da pequena árvore, bem de frente à casa do prefeito. De lá é possível visualizar todos os que entram ou saem naquela casa; imaginar os planos que são confabulados, os acordos feitos, os projetos tratados, minuciosamente, pelo mandatário-mor da cidade e seus súditos. Mas, prefiro ater-me às pessoas simples que passam à minha porta, durante todo o dia, feito formiguinhas, de um lado a outro.


São vários os tipos que desfilam na minha rua. As crianças começam desde cedo, assim que nasce o sol, com suas correrias desembestadas, suas gritarias exacerbadas, suas alegrias incontroláveis. As meninas já não correm como antigamente, como faziam a Maíra, a Renata, Kênia e Luciana. Preferem caminhar, de braços dados, falando de namorados e namoricos. Os meninos, estes sim, andam de bicicleta e jogam bola pela rua, correm pelas calçadas e jogam pedras nos cachorros mais despercebidos.

Os homens encontram-se na mercearia da esquina, e falam de futebol, de mulheres e sobre as notícias da TV. Joãozinho vende doce pelas ruas, enquanto o Elias desce com sua motoca, buzinando e vendendo salgados. O Camilo sempre chega à tarde, conversa um pouco e vai embora; João desce a rua lentamente, enquanto Seu Vicente, assentado em seu velho banquinho, olha a rua, acompanhado do Seu Cardoso.


As mulheres entram na loja, olham os artesanatos, compram linhas, agulhas e bastidores. A arte do tricô, do bordado, do Crochê, ainda faz sucesso por estas bandas. Cássia faz as suas caminhadas diárias, depois, assenta-se à porta da loja e inicia uma prazerosa conversa com dona Lena. Uma mocinha sobe e desce a rua várias vezes, com seus cabelos esvoaçantes e sua pele clara. Os homens na mercearia olham, tecem comentários, e ela segue o seu caminho, sem olhar para trás.


As crianças continuam brincando pela rua, enquanto os cachorros, de olhos arregalados e orelhas atentas, passam pelo outro lado do asfalto. Um bando de pássaros voa sobre as nossas cabeças, enquanto o sol brilha imaculado no céu, feito holofotes e iluminarem as vidas e seus sonhos, homens, mulheres, crianças, seres que vão e vêm, numa eterna rotina corjesuense..

5 comentários:

  1. Muito bacana meu caro amigo! Lendo essa cronica me fe lembrar quando estive passeando em Corjas espero voltar algum dia.

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  2. Gostei. Deu vontade de da um pulo la. Ficar num recanto simples, alegre, com pessoas que VIVEM??? Simplesmente legaus pacas eheheheheh abraços man.

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  3. Meu caro Prof. e amigo, assim é nossa vida aqui, cotidiana, parabéns, é merecedor de muitas cousas bosas, mas cultura aqui é lixo, veja quem ocupa os cargos...

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  4. Nossa Elismar muito bom, que saudades da minha terrinha?kk
    Abraço

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