Depois do café, rotineiramente, assento-me debaixo da
pequena árvore, bem de frente à casa do prefeito. De lá é possível visualizar
todos os que entram ou saem naquela casa; imaginar os planos que são confabulados,
os acordos feitos, os projetos tratados, minuciosamente, pelo mandatário-mor da
cidade e seus súditos. Mas, prefiro ater-me às pessoas simples que passam à
minha porta, durante todo o dia, feito formiguinhas, de um lado a outro.
São vários os tipos que desfilam na minha rua. As
crianças começam desde cedo, assim que nasce o sol, com suas correrias
desembestadas, suas gritarias exacerbadas, suas alegrias incontroláveis. As
meninas já não correm como antigamente, como faziam a Maíra, a Renata, Kênia e
Luciana. Preferem caminhar, de braços dados, falando de namorados e namoricos.
Os meninos, estes sim, andam de bicicleta e jogam bola pela rua, correm pelas
calçadas e jogam pedras nos cachorros mais despercebidos.
Os homens encontram-se na mercearia da esquina, e
falam de futebol, de mulheres e sobre as notícias da TV. Joãozinho vende doce
pelas ruas, enquanto o Elias desce com sua motoca, buzinando e vendendo
salgados. O Camilo sempre chega à tarde, conversa um pouco e vai embora; João desce
a rua lentamente, enquanto Seu
Vicente, assentado em seu velho banquinho, olha a rua, acompanhado do Seu Cardoso.
As mulheres entram na loja, olham os artesanatos,
compram linhas, agulhas e bastidores. A arte do tricô, do bordado, do Crochê,
ainda faz sucesso por estas bandas. Cássia faz as suas caminhadas diárias,
depois, assenta-se à porta da loja e inicia uma prazerosa conversa com dona Lena. Uma mocinha sobe e desce a
rua várias vezes, com seus cabelos esvoaçantes e sua pele clara. Os homens na
mercearia olham, tecem comentários, e ela segue o seu caminho, sem olhar para
trás.
As crianças continuam brincando pela rua, enquanto os
cachorros, de olhos arregalados e orelhas atentas, passam pelo outro lado do
asfalto. Um bando de pássaros voa sobre as nossas cabeças, enquanto o sol
brilha imaculado no céu, feito holofotes e iluminarem as vidas e seus sonhos,
homens, mulheres, crianças, seres que vão e vêm, numa eterna rotina
corjesuense..
Muito bacana meu caro amigo! Lendo essa cronica me fe lembrar quando estive passeando em Corjas espero voltar algum dia.
ResponderExcluirGostei. Deu vontade de da um pulo la. Ficar num recanto simples, alegre, com pessoas que VIVEM??? Simplesmente legaus pacas eheheheheh abraços man.
ResponderExcluirMeu caro Prof. e amigo, assim é nossa vida aqui, cotidiana, parabéns, é merecedor de muitas cousas bosas, mas cultura aqui é lixo, veja quem ocupa os cargos...
ResponderExcluirNossa Elismar muito bom, que saudades da minha terrinha?kk
ResponderExcluirAbraço
Top!!!
ResponderExcluir