segunda-feira, 12 de maio de 2014

NOITE DE ESTRELAS



Enquanto o Galo empatava com o Atlético Nacional, do Uruguai, na noite desta quinta-feira, um dia após a guerreira classificação celeste, em terras paraguaias, e, aproveitando o feriado de 1º de Maio, resolvemos dar um pulinho até o bar da Aline, já quase próximo à lagoa. Noite fria, com céu estrelado e algum pressentimento de eliminação anunciada. E o Galo, enquanto ainda estávamos lá, seria, de fato, eliminado da Copa Libertadores, com um empate no finalzinho da partida.

Mas não seria este o nosso assunto da noite; embora eu estivesse a todo o tempo com o celular sobre a mesa, lendo o jogo pelo Twitter, vendo os comentários dos Cheloni, do Armando e do Frederico. A cerveja estava geladíssima, embora apenas eu a bebericasse, em goles mínimos, pensados, degustados prazerosamente; e a porção estava bem feita, com carne e mandioca bem temperados.

Talvez poucos tenham reparado nas estrelas brilhando no céu desta quinta-feira. Também os outros não teriam reparado se eu não tivesse dado conta do brilho majestoso dos corpos celestes àquela hora da noite. Ao longe, um sentimento de pesar parecia tomar conta da cidade, mas, incrivelmente, nós ainda não havíamos sido atingidos; talvez por não falarmos de futebol, nem de Atlético ou Cruzeiro.

As outras pessoas no barzinho também pareciam alheias aos problemas alvinegros. Talvez somente a garçonete estivesse por dentro do assunto, pois que não parava de consultar o telefone, talvez em alguma rede social. Mas, o certo é que não ligávamos para os fatos futebolísticos, não ao ponto que deveríamos. Apenas, ao som de Caetano Veloso, degustávamos aquele momento de descontração e felicidade.

Pelos lados da lagoa alguns sapos começavam a coaxar alguma música triste, enquanto alguns sonhos começavam a sobrevoar as nossas mentes naquela noite. E, lá no céu, bem próximas à lua, as estrelas pareciam iluminar o caminho daqueles pobres atleticanos, que iam embora mais tristes, menos libertos na América, enquanto eu tomava a minha digna cervejinha ao som de Caetano, e dos sapos na lagoa.

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