Enquanto o Galo empatava com o Atlético Nacional, do
Uruguai, na noite desta quinta-feira, um dia após a guerreira classificação
celeste, em terras paraguaias, e, aproveitando o feriado de 1º de Maio,
resolvemos dar um pulinho até o bar da Aline, já quase próximo à lagoa. Noite
fria, com céu estrelado e algum pressentimento de eliminação anunciada. E o
Galo, enquanto ainda estávamos lá, seria, de fato, eliminado da Copa
Libertadores, com um empate no finalzinho da partida.
Mas não seria este o nosso assunto da noite; embora
eu estivesse a todo o tempo com o celular sobre a mesa, lendo o jogo pelo
Twitter, vendo os comentários dos Cheloni, do Armando e do Frederico. A cerveja
estava geladíssima, embora apenas eu a bebericasse, em goles mínimos, pensados,
degustados prazerosamente; e a porção estava bem feita, com carne e mandioca
bem temperados.
Talvez poucos tenham reparado nas estrelas brilhando
no céu desta quinta-feira. Também os outros não teriam reparado se eu não
tivesse dado conta do brilho majestoso dos corpos celestes àquela hora da
noite. Ao longe, um sentimento de pesar parecia tomar conta da cidade, mas,
incrivelmente, nós ainda não havíamos sido atingidos; talvez por não falarmos
de futebol, nem de Atlético ou Cruzeiro.
As outras pessoas no barzinho também pareciam alheias
aos problemas alvinegros. Talvez somente a garçonete estivesse por dentro do
assunto, pois que não parava de consultar o telefone, talvez em alguma rede
social. Mas, o certo é que não ligávamos para os fatos futebolísticos, não ao
ponto que deveríamos. Apenas, ao som de Caetano Veloso, degustávamos aquele
momento de descontração e felicidade.
Pelos lados da lagoa alguns sapos começavam a coaxar
alguma música triste, enquanto alguns sonhos começavam a sobrevoar as nossas
mentes naquela noite. E, lá no céu, bem próximas à lua, as estrelas pareciam
iluminar o caminho daqueles pobres atleticanos, que iam embora mais tristes,
menos libertos na América, enquanto eu tomava a minha digna cervejinha ao som
de Caetano, e dos sapos na lagoa.
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