quinta-feira, 12 de junho de 2014

A NOSSA COPA

Hoje começa a Copa do Mundo, e, acredito eu, também a definição dos rumos políticos do Brasil.  Durante todo o primeiro semestre todos os holofotes foram direcionados, quase que exclusivamente, ao futebol, à seleção brasileira, ao Neymar, aos estádios. Está na hora de tirar a prova dos nove. Se o Brasil faturar o hexacampeonato tudo estará sob controle, caso contrário, muita coisa pode mudar.

Sou contra a vinculação da vida política aos campos de futebol; mas o Brasil é assim. A Copa do Mundo foi uma jogada política do, então, presidente Lula, a fim de demonstrar a força do nosso país no cenário mundial. E, ainda acredito, pode ser a derrocada do poder petista. Vide as pesquisas de intenção de voto: o tucano em ascensão, enquanto os petistas descem pela tabela.

Ainda não defini o meu voto, mas tenho objeções a todos os candidatos que estão sobre a mesa de votação. Acredito que ainda não tenhamos o candidato ideal, e, talvez, nunca o teremos. Afinal, este é o Brasil, com seus ajeitos e trejeitos. E o futebol dará o tom do caminho a ser seguido.

Os comandados de Felipão, Big Phill, Luís Felipe Scolari, têm plenas condições de vencer a Copa do Mundo no Brasil; não pela técnica privilegiada, que possuíamos em outras Copas, mas pelo equilíbrio do time dentro de campo, pelo apoio da torcida nas arquibancadas, pela obediência dos autômatos atletas. Mas, continuo acreditando, esta não será a Copa das Copas.

Faz tempo que o futebol não traz a magia de outras épocas. O que se vê em campo é um jogo de xadrez ensaiado exaustivamente, como que uma disputa computadorizada. Poucos são os craques, capazes de desequilibrar uma partida, como faziam Pelé, Garrincha, Maradona, Zico, Reinaldo. Contentamo-nos com os craques marqueteiros. Bons de bola, é verdade, mas rodeados de estrelismos, como Neymar e Cristiano Ronaldo. Talvez o Messi ainda seja o mais clássico dos craques da Copa, quiçá, o único.

Que comece o espetáculo e que o Brasil seja o grande campeão. Caso contrário, muitos se lembrarão dos trilhões de reais gastos na construção dos estádios, enquanto se poderia gastá-los em educação, saúde, criação de emprego, melhorias de infraestrutura e tantas outras benesses para os verdadeiros cidadãos brasileiros. Portanto, não há dúvida, não deveria ser assim, mas o nosso futuro político depende de Neymar, Hulk e companhia; os nossos “heróis”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário