Hoje
começa a Copa do Mundo, e, acredito eu, também a definição dos rumos políticos
do Brasil. Durante todo o primeiro
semestre todos os holofotes foram direcionados, quase que exclusivamente, ao
futebol, à seleção brasileira, ao Neymar, aos estádios. Está na hora de tirar a
prova dos nove. Se o Brasil faturar o hexacampeonato tudo estará sob controle,
caso contrário, muita coisa pode mudar.
Sou
contra a vinculação da vida política aos campos de futebol; mas o Brasil é
assim. A Copa do Mundo foi uma jogada política do, então, presidente Lula, a
fim de demonstrar a força do nosso país no cenário mundial. E, ainda acredito,
pode ser a derrocada do poder petista. Vide as pesquisas de intenção de voto: o
tucano em ascensão, enquanto os petistas descem pela tabela.
Ainda
não defini o meu voto, mas tenho objeções a todos os candidatos que estão sobre
a mesa de votação. Acredito que ainda não tenhamos o candidato ideal, e,
talvez, nunca o teremos. Afinal, este é o Brasil, com seus ajeitos e trejeitos.
E o futebol dará o tom do caminho a ser seguido.
Os
comandados de Felipão, Big Phill, Luís Felipe Scolari, têm plenas condições de
vencer a Copa do Mundo no Brasil; não pela técnica privilegiada, que possuíamos
em outras Copas, mas pelo equilíbrio do time dentro de campo, pelo apoio da
torcida nas arquibancadas, pela obediência dos autômatos atletas. Mas, continuo
acreditando, esta não será a Copa das Copas.
Faz
tempo que o futebol não traz a magia de outras épocas. O que se vê em campo é
um jogo de xadrez ensaiado exaustivamente, como que uma disputa computadorizada.
Poucos são os craques, capazes de desequilibrar uma partida, como faziam Pelé,
Garrincha, Maradona, Zico, Reinaldo. Contentamo-nos com os craques
marqueteiros. Bons de bola, é verdade, mas rodeados de estrelismos, como Neymar
e Cristiano Ronaldo. Talvez o Messi ainda seja o mais clássico dos craques da
Copa, quiçá, o único.
Que comece o
espetáculo e que o Brasil seja o grande campeão. Caso contrário, muitos se
lembrarão dos trilhões de reais gastos na construção dos estádios, enquanto se
poderia gastá-los em educação, saúde, criação de emprego, melhorias de
infraestrutura e tantas outras benesses para os verdadeiros cidadãos
brasileiros. Portanto, não há dúvida, não deveria ser assim, mas o nosso futuro
político depende de Neymar, Hulk e companhia; os nossos “heróis”.
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