terça-feira, 8 de julho de 2014

GRAÇAS A DEUS, UM VEXAME.

Ainda bem que o Brasil perdeu – e feio – para a Alemanha.  Antes do jogo eu preconizava um 2 a 1 para os germânicos. Nunca acharia que a vergonha seria tão grande, embora nunca acreditasse no hexa campeonato aqui no Brasil. Muitos, a partir de agora, criticarão esse ou aquele jogador. Não farei isso; afinal, há tempos, critico a nossa falta de futebol.

O nosso último lampejo futebolístico ocorreu em 1994, quando já não tínhamos o melhor time, mas, tínhamos jogadores habilidosos e uma programação preestabelecida, organizada, concreta. A verdade é que europeizaram o nosso futebol. E o pior, o estilo europeu dos anos 1990, com um jogo feio, sem técnica, sem qualquer lampejo de habilidade.

Há muito tempo, os nossos técnicos são apenas gaúchos. Nada contra tão belo estado, com povo valoroso e cheio de qualidades; mas, a escola futebolística do sul baseia-se em raça e vigor, enquanto a nossa história sempre empregara um futebol bonito, envolvente. E, pelo que tudo indica, o nosso próximo treinador será o “ofensivo” Tite. Ou seja, continuaremos nessa pindaíba.

Desde o final do ano passado, venho escrevendo em meus textos que o melhor seria pararmos o futebol brasileiro e começarmos do zero, da base, do ponto de partida. O único dos nossos clubes que vem apresentando um bom futebol é o Cruzeiro. Mas, que não nos iludamos, não é o melhor futebol do mundo. É apenas o nosso melhor futebol, o que temos no momento.

Não culpemos o Felipão, nem os jogadores. A culpa de tudo isso é da CBF e dos nossos dirigentes clubísticos, da lei Pelé e da nossa mídia. Nossos bons jogadores saem ainda cedo para a Europa ou para o Oriente Médio; os clubes deixaram de ser formadores de craques para formarem mercadorias, enquanto as grandes mídias endeusam jogadores medíocres, estrelas de fogo fátuo.

Esta foi a copa das estrelas, com jogadores e treinador preocupados em fazer propagandas de grandes marcas, como chuteiras, televisões, telefonias e outras empresas. Não jogamos futebol, apenas fizemos marketing e, graças aos deuses mais justos do futebol, perdemos para uma seleção que mostrou seriedade e objetividade. Muita coisa vai mudar, e que este seja o final de uma era de estrelas para que voltemos à era do nosso verdadeiro futebol.

Enfim a copa acabou. Voltemos à realidade, com nossos problemas e nossos sonhos. Que sejamos, pelo menos, capazes de votar conscientes nas próximas eleições. Tenho dito!

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