domingo, 13 de julho de 2014

O CASAMENTO DE GILDA

Talvez você nem se lembre mais da Gilda, por isso, leia o texto homônimo, do dia 16 de junho, neste blog. Pois bem, fiquei sabendo, por fonte segura que, talvez, a Gilda vá se casar. Fico feliz por ela, mas, sobretudo, fico feliz pelo seu felizardo. É verdade que nem o conheço, afinal, não o vi, apenas ouvi as suas lamúrias apaixonadas ao telefone, numa dessas noites frias de Junho. Mas, parece que o amor venceu a dor, e a Gilda irá se casar.

Enquanto escrevo estas linhas, fico imaginando o quão sofrido foi o caminho do nosso herói, até que a mocinha aceitasse o seu apaixonado pedido. Com parcos pertences, além de uma bicicleta e míseros vinte reais no bolso, ele a conquistara mais pela sua força de vontade, pela sua perseverança, pelo seu amor verdadeiro. E, certamente, viverão assim, apaixonados, até que a morte – ou algum outro valente cavalheiro apaixonado – os separe.

Por questões burocráticas, o casamento ainda não estaria marcado. Primeiro, deve-se dar entrada com os papéis no cartório; depois, esperar-se-á mais alguns dias, até que tudo fique pronto; e, depois, o principal... Que deveria ser antes, mas, acho que, tomado pelo mesmo torpor alcoólico da apaixonada noite junina, o nosso herói deve pedir à mão da sua amada.

De acordo com o meu interlocutor, o amante de Gilda estaria embriagado ao pedir as informações sobre o casório. Mas, isso é coisa de pouca monta, afinal, o amor é mesmo um entorpecente à alma e, convenhamos, entre a embriaguez do álcool e do amor não há qualquer diferença que valha. O mais importante é que ele a ama e, não menos, que ela bote fé nele. De resto, que falem as más línguas; que pensem o que quiserem, ele haverá de amá-la para sempre.


E assim, depois de casados, Gilda será levada para o seu rancho de amor, onde ambos viverão felizes para sempre. Ele cortando lenha, carpindo roças, aboiando gados alheios; ela lavando roupas, cozendo no fogão à lenha, cuidando dos filhos, que brincam felizes na terra barrenta do quintal. O litro de pinga tilintará a um canto da cozinha, à espera do anoitecer, quando as crianças dormirão e os dois, apaixonados e felizes, após um derradeiro trago da maldita, haverão de amar-se como há muito não se ouve dizer por estas bandas do norte. E serão felizes, como deveriam ser todos os casais enamorados.

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