Não
se fala em outra coisa: Ronaldinho Gaúcho saiu do Galo. Depois de 754 dias, 88
jogos, 28 gols e 3 títulos, o Bruxo despediu-se da Massa Atleticana, para a tristeza do meu amigo Milton Morais e
vários outros alvinegros. Da minha parte, sou grato ao craque pela
Libertadores, pelas belas jogadas e, principalmente, por ter elevado o nome do
Galão a patamares inimagináveis, mas, estou certo, já era hora de partir.
Afinal, tudo um dia acaba.
Não
há dúvidas de que o nome do Gaúcho será sempre lembrado nas rodas de bate-papo
atleticanas, pois que era ele o ídolo há tanto tempo desejado no clube. Mas,
convenhamos, serão um milhão de reais mensais que, se bem aplicados, podem render
bons frutos ao Atlético. Basta que a diretoria saiba empregá-los.
Também
já fui jogador. Se bem que não tão bom como o Bruxo, se bem que não tão rico
como ele, se bem que não no Atlético; mas, um dia, deixei de sê-lo, e o clube
continuou por mais algum tempo. Joguei por mais de dez anos no Real Madri corjesuense. E essa história todo mundo já sabe, ainda que
com algum exagero, ainda que com alguma fantasia. Até que um dia pendurei as minhas
chuteiras, sem novelas, sem homenagens, sem brigas judiciais, e seguimos,
ambos, os nossos distintos caminhos.
Que
o Ronaldinho siga a sua estrada. Que leve consigo o Assis e seja feliz em outra
freguesia; mas que nos deixe as boas lembranças de um tempo em que o Atlético
foi, de fato, o Campeão dos Campeões. Assim fizemos nós, ex-atletas do Real.
Alguns ainda tentaram a vida futebolística em outros peladores, em outras
agremiações “amadorescas”, mas, não adianta, nunca haverão de encontrar aquela
magia de antigamente, quando o futebol era apenas uma brincadeira de velhos
amigos.
O
Kalil ainda deve uma estátua ao Bruxo alvinegro. O Real não me deve qualquer
vintém. Ao contrário, devo eu, aos amigos do Madri, toda a gratidão por ter
vivido tempos áureos, por ter sido tão feliz correndo por campos cheios de
tocos, de lama, de terra; por ter sido um grande atleta, embora me faltassem a
magia, os dribles, o encanto do Ronaldinho gaúcho; embora a nossa camisa não
fosse tão pesada quanto a alvinegra, mas, sem dúvidas, tão eterna quanto. Tenho
dito!
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