Enquanto meu quarto livro
apronta-se, devendo sair da gráfica em uma semana, aproveito para ler as obras
dos meus confrades; conhecendo, assim, um pouco mais da minha cidade e,
indubitavelmente, aumentando o meu conhecimento literário. Desta forma, durante
esta semana, saboreei os poemas românticos de Ubirajara, na sua obra “Minhas
Rimas” e os ensinamentos do Dr. Ildeu em “A Saga de Um Médico do Interior”.
É inegável a grandeza do
poeta e do autor, mais que isso, é interessante como nas duas produções se tem
um vívido retrato do Catrumano. Esse sujeito que, nascido debaixo do escaldante
sol norte-mineiro, traz arraigado em seu âmago a força e a rusticidade de quem
sempre teve que lutar pela sobrevivência, enfrentando as nuances do lugar ou
saindo em busca de novas conquistas, sem, contudo, deixar-se tomar pelos
fascínios de outros mundos.
Não há dúvidas de que os
poemas de Ubirajara sejam românticos. Ainda assim, não queira qualquer leitor
desavisado buscar em cada verso os devaneios de Álvares de Azevedo, Castro
Alves ou de algum outro Romântico brasileiro. Esta obra é dura, sem rimas
melodramáticas ou exaltações melosas. O que há são palavras duras, no sentido
mais cândido da palavra, feito o indivíduo que ama a sua musa, protege e faz
como que ela sinta-se em segurança nos seus braços. Dessa forma, não se têm
apenas palavras, mas, todo o sentimento de um verdadeiro catrumano.
Na varanda, li toda “A Saga
de um Médico do Interior” em céleres duas horas de viagem, e prouve-me
descobrir que, mesmo se tratando de uma obra escrita por um médico, com todo o
seu conhecimento profissional e educacional, não encontraria naquelas linhas
meras palavras cultas, com todas as dificuldades que vários autores se orgulham
de inculcar aos seus leitores. Ildeu, de forma magistral, transmitiu nos seus
escritos, em meio a deliciosas recordações e belíssimas fotografias, toda a
simplicidade e objetividade do norte-mineiro, demonstrando que, mesmo galgando novos
caminhos, com incontáveis voos e conquistas, nunca devemos esquecer as nossas
origens, não nos esquecendo jamais de, ora ou outra, retornarmos ao nosso
pequeno interior.
Resta-me, portanto, enquanto
espero “O Poeta e Suas Lavras”, agradecer aos mestres pelos momentos de
encantamento e autoconhecimento e aguardar pela leitura das tantas outras obras
que virão. E tenho dito!
Sem palavras nobre confrade, é um verdadeiro poeta do cerrado, limpo e verdadeiro,,,
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