sexta-feira, 28 de julho de 2017

SANHARÓ (CAPÍTULO FINAL)

O vento estava ainda fraco e trazia nuvens, até então, brancas e muito pouco densas, no entanto, à medida que este aumentava a sua força, apareciam algodoais de nuvens escurecidas, de um acinzentado grosso e raios faiscantes que cortavam todo o seu interior como se fossem onças, animais febris, em noite de lua cheia e tempos de cio. Era a hora da Ave Maria e o tempo, que antes era claro e brincalhão, escurecia paulatinamente e tornava toda a estrada sombria, pouco habitada e quase intransitável. Os bichos corriam desesperados para as suas tocas e ninhos, enquanto as árvores tentavam se equilibrar sobre seus próprios troncos. Era o mês de março, em meados da quaresma, tempos em que a religiosidade era o guia do sertanejo e o medo dos demônios e espíritos do mal encolhia a coragem dos jagunços e homens de força, fazendo destes, nada mais que simples mortais. Eram poucos os que se atreviam a sair da segurança de suas casas após o cair a noite e, não obstante, os que se diziam destemidos precaviam-se com terços e rezas milagrosas - como aquelas de afastar maus-agouros e as de se manter o corpo fechado. Era ainda o tempo prestoso para macumbas e os serviços de pouca-fé, e as estradas, quase todas elas, enchiam-se de velas vermelhas, orações fortes, galinhas pretas e outros objetos de porcarias e pensamentos ruins.

     O cavalo andava a trote manso, como se nem uma rédea ou estribo o guiasse pelo caminho. Uma voz desafinada tentava entoar um cântico triste, a qual, vez ou outra, era interrompida para um pigarro ou uma reclamação. José tentava se equilibrar sobre o selote do cavalo, mas sentia que alguma coisa o tentava puxar para junto do chão. Sustentava-se com muita dificuldade e quase não podia enxergar o que havia à sua frente. Fiava-se no cavalo que conhecia todo o caminho a ser percorrido como se fosse uma parte da sua pata. Sentia cabeça rodando e o corpo cansado, como se estivesse quase por adormecer, tentava manter-se acordado, no que sempre se via traído pelo cansaço; algumas vezes se esquecia das pernas e, outroras, não tinha mais o tato dos dedos e das mãos, então soltava as rédeas e se deixava cair deitado sobre a crina do seu cavalo, o único amigo que lhe havia resistido a todos os problemas e tempestades.
     Primeiro foi uma luz intensa que quase o pôs cego; depois foi um estrondo forte e virulento que quase o ensurdeceu. O cavalo, num átimo de medo e espanto, saltou de costas e dando solavancos para frente e para trás, saiu em disparada pelos lados de onde vinha vindo; José, que quase não tinha mais segurança dos seus sentidos, no primeiro solavanco do animal, despencou da montaria, sendo jogado fortemente com as costas contra o chão. O bate foi forte, causando um grande estardalhaço entre os animais que presenciaram aquela cena, no entanto, não foi o suficiente para que ele perdesse de todo os sentidos. Uma lágrima caiu dos seus olhos e, enquanto a chuva começava a desmoronar, não sentindo mais as pernas, buscou forças para se arrastar até debaixo de um pequizeiro, onde, chorando copiosamente, adormeceu sob os raios e os trovões que cortavam os céus em grande velocidade, enquanto chamava pelo nome de madalena.


     Ela olhava pela janela a tempestade que começava a cair. Sentia saudades do Sanharó e, o que mais fazia sofrer o seu coração, tinha saudade de sentir o corpo, de ver o rosto, tinha saudade de ouvir a voz bonita de José. Sentia o peito apertado e um frio estranho e envolvente cismava em lhe subir pelo corpo; sentiu-se estontear e, para que não caísse de encontro ao chão, segurou-se à janela para que pudesse se manter de pé. Eleovaldo, que estava numa das ante-salas da casa, veio chamá-la para que fosse descansar:

     - Meu amor, já é tarde, vem dormir; vem descansar e se esconder deste frio, que isso pode lhe deixar febril.

       Vendo que a esposa não respondia ao seu chamado, chegou mais para perto dela e envolvendo-a pela cintura afilada, abraçou-a calorosamente. Madalena refutou aquele abraço com uma palavra carinhosa, mas, dentro de si, sentia uma grande ojeriza por aquele homem que a envolvera e tinha vontade de vomitar. Logo que ele saiu para o seu quarto, ela deixou que uma lágrima brotasse dos seus olhos, se lembrava do seu casamento, das lembranças que tivera de José naquela noite e a vontade que tinha de fugir daquele momento. Tinha sido uma cerimônia bonita e todos puderam notar que o noivo fizera todos os esforços para quer tudo fosse do bom e do melhor, ele era um homem repleto de felicidade. Eleovaldo era quem, de fato, havia se casado, mas Madalena tinha a sincera convicção que era a outro que ela pertencia; Nunca havia gostado daquele homem com quem contraíra matrimônio, deixara-se levar pelas suas palavras bonitas e sedutoras e não quisera acreditar nas verdades do seu amor; as circunstâncias a haviam traído. Temia que já fosse tarde para se arrepender, pagava um alto preço por não ter acreditado na verdade. Deitara-se com outro homem, mas tinha a certeza de que a criança que gerava em seu ventre era daquele homem há quem um dia, quando criança, fora prometida pelas águas do Sanharó.

      Os pensamentos vinham como se fossem cascatas em sua mente, enquanto, do lado de fora, por entre as árvores e mato fechado, a chuva, a cada minuto que passava, aumentava ainda muito mais. Lembrava-se de Bento, e suas palavras vinham-lhe à mente de uma forma mansa e previam todo o seu futuro: “Sabe, Madalena, o futuro é do rio, e ele diz que ocê há de pertencer somente pra o Zé. Cê foi prometida pelo rio e ele diz que ele é quem vai guiar ocês. E ele é quem faz o futuro d’ocês”.

     Talvez, outra pessoa pudesse não crê naquelas palavras infantis, mas ela, Madalena, sabia, de muita verdade em si, que todas as profecias do irmão ainda haviam de se realizar um dia. Não sabia, nem podia imaginar por quais bandas o irmão andava, mas estava com a certeza no coração de que ele já tinha completado o seu destino e, agora, era chegada a sua vez, tinha de se fazer realizar a profecia.

     Madalena foi até o quarto em que o marido dormia como se fosse uma pedra, trocou-se do pijama - roupa que aprendera a usar após o casamento - por uma roupa qualquer e, de pont-pé, sem que ninguém desse por sua falta, saiu vagando na noite escura, debaixo da chuva forte, para cumprir o seu destino e encontrar a sua felicidade.


     Talvez ao leitor possa causar estranhamento, ou mesmo incredulidade, no entanto, faço sabê-lo que tudo o que nestas linhas está escrito é a única e mais pura das verdades. Antes que possa causar a alguém alguma dificuldade, cabe o esclarecimento de que nem sempre o que me é tido como verdade, de fato, o é para quem possa parecer, logo, me abstenho das discussões prolongadas e procuro me ater somente àquilo pelo qual pude me convencer.

      Não quis abrir nenhum capítulo especial para uma observação tão desprovida de relevância e, não obstante, continuo a relatar os fatos a que me prendo e digo que... Naquela noite de chuva, enquanto Madalena, desesperada, corria pelos matos em busca do seu amor, sofrendo arranhões, rasgões e escoriações por todas as partes do seu corpo, alguma coisa de muito estranha acontecia na estrada deserta em que José adormecera e, agora, já se punha a mercê do fino fio que liga o sonho e a realidade. Digo, e repito que era tempo de quaresma; de acordo com a religiosidade cristã, época em que sofreu o filho de Deus em momento véspero da alegria pascal; logo, reafirmo, ainda, que era também o tempo em que muita coisa, estranha, e até fantástica, medonha, ou esquisita, poderia, de fato e procedência, acontecer.


     Uma mão pesada e muito macia tocava o seu rosto; um cheiro de rosas tomava conta do ar; pássaros cantavam em coro os cânticos que embalavam os seus sonhos de criança; uma chuva mansa e lenitiva caía sobre a sua cabeça, como se fossem pétalas de rosas jogadas pelos anjos, do ponto mais alto dos céus; e podia-se sentir que eram anjos maravilhosos, despidos de todas as suas vestes, eram homens e mulheres e tinham os corpos esbeltos e bem tosados pela natureza; eram anjos límpidos de qualquer pecado e ninguém se envergonhava de sua nudez; sentiam-nos todos nus, mas não tinha qualquer desejo, estava feliz e sentia-se em paz consigo e com todos que o rodeavam.
     Notava-se que o tempo inexistia e todas as coisas eram, em um só tempo, o tudo e o nada. As árvores tinham as copas com um verde vívido e os campos eram tão bonitos quantos aqueles de que sua mãe contava quando ainda era bem pequeno; as cores pareciam fortes, mas eram carregadas de muita paz e felicidade. Conseguia sentir os bons fluidos que subiam do chão e das gramas verdes à beira do rio; e o rio era de um verde quase em tom de azul e corria manso, e tinha um sorriso fácil nas suas margens, como se se tratasse do velho Sanharó.

     A mão acariciava o seu rosto e ele sentia que pingos de chuva desciam por sua face, que estava quente como se em estado de febre; tentou ouvir alguma coisa, mas o silêncio era profundo e acalentava a sua alma; tentou abrir os olhos, no entanto, suas pálpebras não seguiam as suas ordens; quedou–se no seu íntimo e tentou descansar um pouco mais. Já estava quase adormecendo, mas ouviu uma voz que o chamava. Não que tenha se prestado ao menor esforço, mas sentia que os seus olhos se abriam e, ao desaparecer-lhe o véu de nuvem branca que o cegava, pôde ver, em sua frente, um homem forte e elegante que – sentiu de si para si - era com se fosse uma sua figura num espelho de cristal.

     José nunca tinha sido homem de muitos medos nas idéias e nem o sentia naquele instante, mas tinha o coração acelerado e todo o corpo lhe tremia em desmantelo. Tentou se levantar e foi logo ajudado por aquele estranho, e ele tinha as mãos macias, sem calos nem judiações da vida no roçado. Pôde sentir um cheiro bom que exalava daquele corpo, e era um cheiro suave de rosas e água doce dos rios; uma coisa estranha rodeava aquele homem e era como se luzes brotassem de dentro dele e clareassem todas aquelas árvores e os bichos que ali viviam e ele logo pôde perceber que todo aquele mundo parecia girar em torno daquele ser.

      Sentaram-se os dois sobre uma pedra coberta por flores e rosas avermelhadas, e anjos e borboletas douradas traziam muitas pétalas e entoavam cânticos de harmonia enquanto jogavam-nas sobre ambos; eles se olhavam bem no fundo dos olhos e um sentimento profundo brotava no coração de José, era como se e já se conhecessem, ou , quem sabe, fossem irmãos desencontrados pela vida; sentia vontade de chorar e o corpo tremia como se fizesse frio, sentia vontade de abraçar o amigo – já o tinha como se de muito conhecido - , queria tê-lo como se fosse um grande amigo seu. Queria fazer várias perguntas ao desconhecido, no entanto, sua voz faltava e, se a voz não lhe faltasse, faltar-lhe-ia coragem para tanto. Ficou calado e ouviu atentamente, quando o outro lhe falava sobre coisas de que só com ele, José, havia acontecido. A voz do estranho saía firme da sua boca, mas era suave como se fosse a própria voz da natureza; fosse um dia de grande tempestade em alto mar e aquela voz seria o cântico de uma sereia que viria para apaziguar todas aquelas águas; fosse uma noite de turvação e aquela seria a voz de uma mãe que acalentaria o seu bebê. E ele disse:
      - José, meu caro amigo, não se assuste comigo. Talvez ainda não me reconheça, mas sabe que somos feito dois irmãos, carne e unha, pedaços de um no outro. Sinto uma grande felicidade em poder colocar a minha voz nos seus ouvidos. Já nos falamos muito, mas você nunca foi de me escutar._ Ele tentava recordar aquela voz, mas irritava-se, pois cria que sua memória teimava em lhe trair. Queria sentir muita raiva de si e daquele outro, mas era impossível que se irritasse; tentou perguntar pelo seu nome, quem era de onde vinha e o que queria naquele lugar... Mas calou-se novamente e ouviu tudo aquilo que o outro tinha a lhe dizer:

     - Sei que são muitas as suas dúvidas, mas penso que em tudo posso lhe explicar... Como já lhe disse, somos velhos amigos, muito embora você ainda não me reconheça. Mas lembre-se que, ainda hoje, se banhou nas minhas águas, era ainda de manhã e pude ver que uma grande tristeza tomava conta do seu coração, estava triste e muito pouco prazeroso... Sinto feliz quando também você está e me entristeço quando você padece de tristeza ou mazela. – José não conseguia acreditar que conversasse com a própria essência do rio; sabia que Bento, em seu tempo de criança conversava com ele, mas não cria que também pudesse ter tamanha alegria; ajeitou-se melhor na pedra em que descansava o seu corpo e já não sentia mais o gosto de álcool na boca, teve saudades de Madalena e quis chorar, sentiu um bolo formar-se em sua garganta, mas segurou-se, se recompôs e tornou a voltar toda a sua atenção para a voz do locutor, que dizia:

     - Consigo sentir em mim tudo aquilo que causa a sua dor, mas digo-lhe que não se avexe, pois é findada a questão. Tudo começa um dia e noutro tem que se ter um fim, e com a sua história não há de ser diferente. Lembre-se de que escolhi você para me seguir e sei que não pude mais me arrepender, você é um homem de brio e sei que a força nunca foi de lhe faltar. Sei de todo o seu sofrimento e posso lhe afiançar que nada do que fez foi um serviço perdido... Tem a minha bênção e só isso já lhe é um porto seguro. Não fui capaz de deixar que andasse sozinho, no entanto, fiz com que soubesse que tinha um caminho já previsto a seguir; lembra-se do que Bento lhe disse? Pois bem, eis que é chegada a hora, deve ser cumprido o prometido e os destinos haverão de se cruzarem. - As palavras dele entravam no coração de José, fazendo com que várias lembranças passassem em sua mente, como se fossem filmes de recordações felizes, eram recordações da sua meninice em que estavam presentes Bento, os meninos e, principalmente, Madalena, o seu grande amor. Ele sentia uma grande saudade do menino e suas profecias, sabia que ele tinha cumprido o seu destino e sentia-se feliz por ele; mas com Madalena era diferente, sentia-se estranho e sempre havia uma grande vontade de estar ao lado dela, não gostava apenas, sabia ele - porque Bento o havia dito - que tinham sido feitos um para o outro. Sentia-se feliz em saber que tudo estava para ter um fim , mas temia, tinha medo de que ela não viesse, que não quisesse vir.

     José permanecia estático em seu canto e, de acordo com os relatos do Sanharó – ele falava de fatos há tempo acontecidos- as lembranças ressurgiam em sua mente e ora eram lembranças boas, outras eram lembranças más e que ele pensava estarem há muito tempo esquecidas. Prestava bastante atenção no que o outro dizia, crendo cada vez mais no que ele dizia ser; não tinha olhos para qualquer coisa que pudesse acontecer ao seu redor, não tinha preocupações e apenas remoía-lhe, ainda, no peito a esperança de que Madalena lhe viesse encontrar.

     Ele ouvia os relatos de como os sonhos lhe vinham à mente em noites de lua cheia e, agora, sabia que todos os pesadelos que não o deixavam dormir eram apenas o rio que o avisava para que nunca pudesse esquecê-lo. Conversaram, ou melhor, o rio conversou por um longo tempo, no entanto, o tempo ainda parecia ser o mesmo; estavam em lugar que parecia um espaço distante e, de uma forma estranha, bem dentro de tudo aquilo que ele já conhecia.

     O rio calou-se um instante, olhou para dentro de si e, consultando uma borboleta que colhia algumas flores ao seu lado, apontou o dedo para José, sorriu e sentou-se numa pedra recolhida do lugar em que se encontrava. Ele, José, não entendia nada do que se estava passando, mas sentia uma grande alegria brotar do seu peito; uma luz verde surgiu por entre umas folhagens que estavam à sua frente, como se fosse uma lanterna que guiava algum andante; tentou ver por entre a luz, mas era impossível; limpou a turvação que lhe tomava a vista e sentiu uma tonteira tomar a sua cabeça, quase caía, mas, logo foi amparado por uma mão que o segurava, e era uma mão macia e pequena que julgava, há muito, conhecer, estava quente e dela subia um delicioso cheiro de jasmim. Pensou querer desfalecer de alegria, mas recompôs-se e abriu os olhos. Madalena estava com os olhos rasos d’água e dos seus lábios nascia um maravilhoso e puro sorriso, o coração de José batia acelerado e suas mãos e pernas punham-se a tremer; tentou dizer qualquer palavra, mas calou-se e sentiu-se comprazido em abraçá-la, sentiu o calor do corpo da mulher amada penetrando a sua alma e sorriu maravilhado.
     Ambos se olharam por longo tempo sem que conseguissem proferir qualquer palavra que fosse. Uma chuva de rosas verdes, amarelas e azuis começou a cair sobre eles e os pássaros, anjos e borboletas voltaram a entoar, em alto e bom som, os belos cânticos da mãe natureza. Nem José ou Madalena disseram coisa alguma, pois estavam certos de que, muitas vezes, o silêncio é o melhor remédio para todos os problemas. Digo, leitor, que não mais naquele casal existiam resquícios de dor ou desilusão, pois, somente um verdadeiro amor é capaz de sanar todo e qualquer sofrimento.

     O rio continuava em seu assento, um trono para o seu reinado, e era iluminado por vaga-lumes e adorado pelas borboletas e anjos; e dos seus olhos saltavam luzes que eram flashes de  prazer e alegria. A luz que os envolvia foi se tornando cada vez mais fraca, até que pudesse, bem no meio do rio, desaparecer na água por completo. Eram altas horas de uma noite fria e chuvosa e um menino que, por tessitura do destino, sonhava um sonho de amor, passava por ali e ouviu para transmiti-los, nestas folhas, o exato momento em que ambos proferiram juntos as suas últimas palavras:
- Eu nasci só pra amar ocê!


     “Queria dizer que todos viveram felizes para sempre, como sempre se espera de um romance feliz, no entanto, o personagem principal da nossa história teve um fim trágico e melancólico, morreu nas mãos do seu maior inimigo: o homem, com os desmatamentos, o uso indevido de suas águas e o assoreamento de todo o seu leito. O rio Sanharó não existe mais, contudo continuam vivas as suas lendas e as suas mais belas histórias; histórias vivas do sertão.”


FIM!!!





LUÍS PIRES DE MINAS 06-05-2006

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