Toda poesia inicia-se
num devaneio metafísico.
Algo como uma pequenina
e aloprada andorinha
Perdida num intenso (e
imenso) matagal de ilusões.
Mas
Eis que a minha poesia
Que cisma em ser rústica
e sistemática
Descamba às profundezas
da politicalha
Inundando-se nas várias
caixas em aranzel
Para
Depois
Já mais calma e
influente
Poetizar-se num rio
seco de emoções
Onde já não chovem mais
palavras
Nem emergem dos sulcos
queimados
Quaisquer gotículas de
esperança.
Ao longe,
Enquanto minha triste
poesia canta
Uma mínima luz me surge
Como uma lucidez em
meio à noite
Escura, solitária e
impiedosa
Desta gleba podre e sem
futuro.