1.
A mínima poesia
Em seus poucos versos
E várias entrelinhas
Trazem mais informações
Que toda uma vida
Despejada no sofá.
Em seus poucos versos
E várias entrelinhas
Trazem mais informações
Que toda uma vida
Despejada no sofá.
A verdade é que
muitas letras me confundem
E tenho medo de me afogar.
Sou péssimo nadador
Sem nem ter aprendido voar.
Por isso
Não me alongo :
Prefiro o morro ao mar.
E tenho medo de me afogar.
Sou péssimo nadador
Sem nem ter aprendido voar.
Por isso
Não me alongo :
Prefiro o morro ao mar.
2.
Livre o livro voou
Planou perto do sol
Beijou a face da lua
E
Inesperadamente
Pousou num canto da biblioteca.
Estava preso por amor.
Planou perto do sol
Beijou a face da lua
E
Inesperadamente
Pousou num canto da biblioteca.
Estava preso por amor.
3.
A décima parte de uma
poesia
É construção.
Uma mínima parte
É mera lapidação.
Todo o resto
Luzes
Dores
E aforismos
São flores em desconstrução.
É construção.
Uma mínima parte
É mera lapidação.
Todo o resto
Luzes
Dores
E aforismos
São flores em desconstrução.
4.
Do galho
seco surgiu uma folha
que deu semente e se fez em flor.
que deu semente e se fez em flor.
Acocorado
debaixo da velha árvore
com o machado em mãos
O homem se via perdido numa encruzilhada:
Era ainda Agosto,
Ou a Primavera já se achegava?
com o machado em mãos
O homem se via perdido numa encruzilhada:
Era ainda Agosto,
Ou a Primavera já se achegava?
5.
Desnudo,
Abro a gaveta
E entre tantas caras
Procuro
Paciente
a que melhor se encaixe
Na minha pobre poesia.
Abro a gaveta
E entre tantas caras
Procuro
Paciente
a que melhor se encaixe
Na minha pobre poesia.
6.
Nesta
sórdida nau, navegamos ao futuro incerto.
Não é preciso planos
Teses ou ações.
Basta que fechemos os olhos e abramos asas à liberdade.
Não é preciso planos
Teses ou ações.
Basta que fechemos os olhos e abramos asas à liberdade.
Talvez não
passemos de fantoches,
Inocentemente manuseados
Por alguma infante mente nuclear;
E, enquanto escrevo poesias,
Nalguma parte costeira desta pobre embarcação,
Algum poeta desanuviado
Já tente se libertar
Aportando-se na triste praia da razão.
Inocentemente manuseados
Por alguma infante mente nuclear;
E, enquanto escrevo poesias,
Nalguma parte costeira desta pobre embarcação,
Algum poeta desanuviado
Já tente se libertar
Aportando-se na triste praia da razão.
Uma poesia sempre é uma poesia e você caro confrade, está de parabéns.
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