É
batida a ideia de que todo brasileiro seja um técnico em potencial, porém, já
não se trata de uma verdade tão latente, sobretudo, após o advento da internet
e seus agregados. As crianças já não assistem ao futebol como assistíamos antigamente.
E, com isto, já não se contentam em ficar por mais de noventa minutos vendo uma
partida de qualquer time brasileiro; assistem aos jogos do Barcelona, Chelsea,
Manchester City, Real Madrid, mas ignoram, por exemplo, um Atlético e Cruzeiro.
Ir ao estádio, só se for na Europa. Por aqui, preferem ficar de frente ao videogame,
jogando com algum time europeu.
Cabe
a nós, portanto, os tios com mais de trinta, sofrer com os jogos do Galo. E como
temos sofrido com as suas enfadonhas apresentações. Não pela esperança de que o
time dê shows, que goleie seus adversários, que encha os olhos dos aficionados;
mas, sofremos pela covardia, pela apatia dos milionários atletas que envergam a
camiseta alvinegra, sem o sangue nos olhos que caracterizavam tantos atletas de
outros tempos.
Jogadores
de habilidade, de classe, de grandes enfeites são bem-vindos em qualquer grande
clube; mas, os alvinegros, diferentes de muitos outros, não fazem conta destes.
Pedem apenas que joguem com raça, virilidade, que se doem ao nosso time, assim como
fizeram tantos outros que não sabiam nem ao menos fintar, mas que corriam
durante todo o jogo, se matavam em campo e jogavam bola como se a grama fosse o
seu prato de comida, e a bola um vistoso pedaço de carne.
Continuemos
nós, os tios com mais de trinta, a carregar o glorioso Galo das Minas Gerais,
esperando que um dia não precisemos mais contar com Patric, Elias, Cazares, Denílson
e tantos outros que muito pouco fazem pelo nosso time, contribuindo apenas para
o seu endividamento, sem levarem em conta toda uma vida de lutas e conquistas
que tornaram o Clube Atlético Mineiro num dos grandes clubes do Brasil.
Enquanto
não chegam os jogadores que queremos; enquanto a diretoria não realiza o seu
trabalho com a eficiência que sonhamos; enquanto os títulos não retornem às nossas
mãos, aprazamos em ver em um jogo contra o rebaixado Paraná, onde, com dois
jogadores a mais, nossos “imponentes” atletas toquem a bola de um lado para
outro, sem atacar, sem ameaçar verdadeiramente o fraco adversário, com medo de
levar um contra-ataque. Isto é o que nos dão, mas não o que queremos. E tenho
dito!
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