sexta-feira, 9 de novembro de 2018

OPERAÇÃO CAPITU



Acordei com a notícia de que a operação Capitu está sendo posta em prática pela PF aqui em Minas. Parece que as coisas estão se encaminhando, ainda que lentamente, para uma limpeza pública e, ainda que eu não acredite tanto mais no ser humano, fica a esperança de que alguma coisa seja, de fato, consertada, sem que precisemos voltar ao ponto de partida. O que, aliás, eu acredito que seja o melhor: começar tudo de novo.

No Rio parece que também estão acontecendo algumas operações, com prisões de gente grande, igual por estas bandas. É muita sujeira para limpar. E, muitas vezes, é gente suja limpando as sujeiras praticadas por outros sujos. Parece estranho mesmo, mas, a vida é realmente desta maneira, pois, quase sempre, alguém tem rabo preso com outrem e com outro e outro e outro, numa cadeia quase infindável. Mas ainda resta esperança. Isto é o que importa.

Apesar da seriedade da coisa, o mais interessante são os nomes dados às operações. A atual mineira, por exemplo, chama-se Capitu. Seria por que alguém traiu alguém?! Dúvida irrespondível, afinal, ainda não há o veredito sobre se Capitu traiu ou não o pobre Bentinho. O certo é que ele continua na boca do povo, levando todos os nomes, sofrendo todas as maledicências da urbe. Depois de tantos anos, ainda não pararam de zoar o coitado.

Alguns amigos meus dizem que ela o traiu, afinal, não teria como o filho nascer à cara do Escobar se Capitu não tivesse um caso com ele. Outros vaticinam que são muitos os casos em que o bebê nasce com a cara de outrem simplesmente pelo fato de haver a convivência constante; por alguma grande admiração; quiçá, por alguma dessas coincidências da vida, assim como pode uma mulher morena, casada com um homem também moreno, ter dois filhos, gêmeos ou não, sendo um branco de olhos de folha seca e outro moreno de olhos acastanhados.

Ainda não consegui chegar a qualquer conclusão plausível sobre o caso de Capitu. Isto, porém, não há de causar qualquer estranhamento ao leitor, afinal, nunca consigo chegar à conclusão sobre nada que valha a pena. Mesmo tendo lido umas três vezes a obra de Machado, levando em consideração o fato de serem os Realistas extremamente pessimistas, ainda tendo a dar um voto de confiança ao fato de que Bentinho fosse um ser, sobretudo, cismado, talvez, embora carioca (ou fluminense), quase um mineiro em sua essência. Assim, talvez ela o tenha traído, ou, quem sabe, ele esteja cheio de cismas somente.

Mas, eis que me surgem algumas dúvidas: quem seria Capitu nesta operação? O Joesley?!  Escobar seriam os tantos políticos, empresários e todo mundo que está sendo preso?! Certamente, o povo somos os Bentinhos da vida. Sempre traídos, mas, não menos, sempre esperançosos de que tudo seja uma grande mentira. Uma armação vagabunda do destino, sempre com suas brincadeiras sem graça.

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