- Oou, Princesa! Passa, Malhada! Passa, Esperança... Oou!
Elas seguiam, uma atrás da outra; entravam no curral e ele fechava o colchete. O banquinho ficava pendurado de lado, próximo ao jiral onde o balde descansava de cabeça para baixo.
- Passa, Esperança. Ou, ou, ou! - alisava a cabeça da bezerra e soltava-a na manga.
Princesa e Malhada esperavam preguiçosas pela ordenha, enquanto comiam a ração que Luís tinha depositado no coxo. Era sempre a mesma rotina, que elas já sabiam de cor e salteado.
- Vem, Malhada; encosta aqui. - E ela deixava a comida, vinha com cara de quem tinha acabado de acordar, olhava para Princesa e se encostava junto ao banco, que já estava em seu devido lugar. - Você é uma boa menina, Malhada! - E alisava a barriga dela antes de assentar.
Luis assoviava, enquanto lavava as tetas da vaca; ajeitava o banquinho para mais perto e sincronizava o assovio ao ritmo do leite batendo no fundo do balde de alumínio. Malhada também se ajeitava e ficava ouvindo a música que Luís assoviava junto com o leite que saía.
Depois, era Princesa quem se achegava. E todo o processo recomeçava. Esperança ficava junto da cerca, esperando pelas duas mães. Não queria mamar, queria mesmo era brincar, andar pelo pasto de fora, beber água na barragem lá embaixo.
Daqui algum tempo, seria ela de quem Luís tiraria o leite e outra bezerrinha estaria no seu lugar, esperando, impaciente, que ela saísse do curral.
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