O menino vinha correndo que nem doido e pulava na água. Tchibum! Sumia por um longo tempo para depois reaparecer quase na outra margem do riacho. Saía pelo outro lado, ia até os pés de pau lá em cima e vinha correndo para pular de novo.
- Menino doido, toma cuidado na hora de pular!
O menino não ouvia os pedidos da avó. Apenas se divertia com aquilo, correndo e pulando na água; mergulhando de um lado e saindo do outro, debaixo daquele sol escaldante da tarde.
Leonardo, deitado na grama, olhava o filho pulando no riacho e lembrava a sua infância. O menino era ele de novo, com as mesmas estrepolias, deixando a avó doida. Ele também ficava correndo de um lado para outro, pulando, mergulhando, pescando piabas com a camiseta servindo de rede, enquanto a mãe lavava roupas na pedra lá em cima.
- Leandro, escuta a sua avó; toma cuidado e não pula de ponta, nesse canto aí tem muita pedra!
O menino vinha correndo, dava um salto mortal, virava no ar e caía em pé, até afundar por completo. Se a mãe dele estivesse junto, já tinha ficado doida; tinha xingado o menino, pegado pelo braço e colocado de castigo, sentado junto dela.
- Amanhã o moleque tem que ir embora, né, Leonardo?
Ele não respondeu. Ficou olhando por um longo tempo para o menino correndo e pulando no riacho. O menino tinha o sorriso de Beatriz. Que Deus o livrasse, que não tivesse o coração igual ao dela: um coração de pedra.
Bons tempos que essa geração apartamento praticamente será muito difícil de viver.
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