Existem coisas contra às quais não dá pra lutar. Ainda que não me lembre de onde tenha ouvido esta expressão, tenho a certeza de que a mesma não me pertence e, por isso, peço a sua permissão, caro leitor, para usá- la nesta humilíssima crônica.
Não haverei de falar da morte: inesperada amiga que nos chega, às vezes, no momento mais inoportuno, noutras servindo-nos o descanso eterno. Também não falarei do amor: sentimento controverso, a caminhar de mãos dadas com a morte, trazendo-nos, em um só balaio, a alegria e a tristeza; o êxtase e a dor.
Falarei, sem grandes pretensões, sobre o intangível vazio criativo e suas eternas incongruências. Desde já, discordando dos grandes mestres que, solenemente, afirmam ser o processo de criação um profundo padecimento, em que as gotas de suor suprimem a falta de inspiração.
Talvez este meu pensamento até, de certa forma, desrespeitoso aos cânones, dê-se pelo fato de que eu não me encaixe em nenhum gênero ou estilo específicos, escrevendo de acordo com as direções apontadas pelos ventos da inspiração; daí, de época em época, velejar-me pelos mares da Poesia, do Romance, dos Contos ou das Crônicas, sem que em nenhum destes o faça de forma magistral, sempre como uma marinheiro de primeira viagem, cheio de coisas óbvias por aprender.
Talvez por isso também, fico tanto tempo sem escrever, falto de qualquer inspiração, cheio de dúvidas e impossibilitado de organizar quaisquer das mínimas palavras que perambulam por minha mente. Nestes momentos, aproveito-me do ócio criativo e ponho-me a viver, visto que, em breve, tudo não passará de uma intensa fantasia.
NOSSA VIAGEM É TÃO CURTA... POR QUE NÃO APROVEITÁ-LA?
ResponderExcluir( A expressão não é minha )