segunda-feira, 28 de maio de 2012

DIA DE ESTREIA

EM BREVE INAUGURAREMOS O NOSSO SITE: www.elismarsantos.com.br E, ENTRE AS VÁRIAS NOVIDADES, NA PARTE DE ESPORTES TEREMOS A PRESENÇA DO CRUZEIRENSE RENATO CHELONI E DO ATLETICANO LÉO CARNEVALLI. LEIAM AQUI O TEXTO DE AMBOS:


DIA DE ESTREIA


@LeleoCarnevalli


     O Atlético entrou em campo, neste Domingo, sabendo das suas limitações e deficiências contra o Corinthians. Mas esse não foi um fator capaz d eimpedi-lo de ganhar. Com um primeiro tempo sem muitas emoções, notei outra postura do Galo Mineiro no segundo tempo, sem se esconder e partindo para cima; desordenado, é verdade, mas atacndo, mesmo com o Mancine e o Richarlyson errando muito. O Galo foi se impondo, mostrando uma marcação forte, mas sem criatividade para o último passe.

     Com a entrada do Junior Cesar e Escudero, o time mudou de postura e soltou-se. O passe melhorou um pouco e, com isso, também o jogo melhorou. Depois do gol, o Galo Mineiro perdeu algumas chances, mas, no final, saiu vitorioso o time que mais procurou o jogo, mesmo sem ter muita qualidade.

     Ponto positivo foi o destaque do Junior Cesar, que mostrou muita garra e determinação. Acredito que com a chegada de um meia armador o time pode deslanchar no Campeonato.

     Agradeço imensamente ao amigo Elismar pela oportunidade dada a mim! E uma ótima semana atleticana a todos!

A SOLIDÃO DE UMA SEGUNDA-FEIRA

A SOLIDÃO DE UMA SEGUNDA-FEIRA                               

@Elismarsantos


Apenas a solidão me acompanha
Nesta aconchegante tristeza.
Não bebemos Champanhe,
Não cantamos bolero
E nem ao menos
Escrevemos belas poesias.
Apenas sofremos,
A poesia e eu,
Como se nada mais nos faltasse.
E assim, completamo-nos
A solidão, a tristeza e eu,
Todos envoltos nesta áura de paixão
( Ainda incompreendida).

domingo, 27 de maio de 2012

SAUDAÇÕES, CHINA AZUL

             SAUDAÇÕES, CHINA AZUL


                             @renatocheloni



     Parabéns ao meu amigo Elismar Santos, o qual conheço apenas pelo Twitter, pelo Site que será lançado nesta semana, e agradecê-lo pelo espaço cedido para que eu possa comentar os jogos do maior de Minas, o nosso querido Cruzeiro, que não vive, temporariamente, os seus melhores momentos.

     O Cruzeiro me preocupa bastante. E isso acontece desde o ano passado, quando lutou para não cair à Série B, conseguindo se safar apenas na última rodada, goleando o nosso maior rival, o que serviu apenas para mascarar a triste realidade do time.

     Acompanhei de perto quase todos os jogos da Raposa em Sete Lagoas, e o time não me convenceu. Mereceu, sem sombra de dúvidas, ficar de fora da final do Campeonato Mineiro.

     O que mais me preocupa agora é a iminência da Segunda Divisão. Perdemos muito tempo com o fraquíssimo Mancini. Com a Chegada do Celso Roth parece que as coisas melhoraram um pouco. O time vem jogando muito recuado, acredito que pelo fato de estarmos ainda muito expostos, e o técnico preferiu arrumar a defesa em primeiro lugar.

     Gostei da estreia do Tinga, com muita raça e vontade. O Fábio quase entregou o jogo, mas ainda tem crédito com a torcida, faz tempo que vem nos salvando.

     Vejamos, então, o que o Cruzeiro irá arrumar contra o Botafogo. Acredito em mais um jogo difícil; teremos uma semana inteira para arrumar a casa e buscar maior entrosamento e a esperada vitória. 

                       Boa semana a todos!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

ENTRE GATOS E CÃES

     Já é noite e o frio intenso. Lá fora, os cachorros latem; talvez na briga por um osso. Bem no portão de minha casa, um gato mia acuado; talvez com medo dos cachorros que ladram.

    Esta última palavra lembram-me os ladrões. Não que os veja por aqui, mas o fato é que nunca sabemos, de fato, quem é o larápio. Assim, que fiquem o gato e os cães em estado de alerta, afinal, o dito pode ser qualquer um deles; ou eu.

     Isto mesmo. Que atire a primeira pedra aquele que confie plenamente em si próprio. Eu mesmo tenho amigos que chegaram ao absurdo de instalar câmera de segurança dentro do próprio quarto, só para terem conhecimento do que fazem enquanto dormem.

    Eu, da minha parte, não me confio plenamente, mas, assim como o gato- que ainda está no portão- sou adepto do miado. Fico no meu cantinho, amuado, e, quando menos esperam, eis os urros e patadas. Mas com este frio e este vinho, tudo é mais difícil!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

AOS AMIGOS EM BH

                                                    AOS AMIGOS EM BH


                                                                                               @ElismarSantos



Ao meu amigo Renato
Digam que em Coração a chuva cai intermitente
Que o sertanejo anda com o sorriso escancarado
E que os pássaros não cessam de cantar

Digam também, que a Ricci e o Léo
                                 Ainda se amam como dantes
Que o Mayron e o Alex trabalham juntos
                                  Em defesa da pátria amada
Enquanto o professor Roque poetisa.

Digam ao meu amigo em BH
Que os buracos nas estradas são constantes
E a única alternativa viável
                                         São as rezas dominicais.


ALCIONE (II)


ALCIONE (II)


@ElismarSantos



As notícias chegavam aos ouvidos de Marieta, a esposa; mas ela não lhes dava ouvidos. Conhecia bem o marido e sabia da sua morte. Não cria em covardia de onça; tinha sido o rio quem o levara. Talvez tivesse passado mal as águas levaram-no ao seu descanso. Melhor assim, fica a incerteza da morte e a esperança da vida.

Depois que o velho sumira, o caçula transformou-se. Deixou os afazeres domésticos; armou-se da foice e da enxada e desceu para a roça. Passou a beber, primeiro apenas uma dose antes do almoço e do jantar, até enveredar-se por várias noites de farra.

Numa manhã comum, arrumou suas roupas numa pequena mala; dividiu com a mãe o dinheiro da última colheita e partiu. A mãe não tinha mais forças para lutar. Não pediu que ficasse, apenas que jurasse que nunca mais a haveria de esquecer. Por muito tempo ela ficaria encostada junto à porta, mesmo depois que o filho desaparecesse na curva daquela velha estrada, e, no peito, uma dor profunda doía sempre mais, como tinha sido nas outras onze vezes em que um filho saía do desconforto de suas asas.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ALCIONE


ALCIONE (I)

@ElismarSantos


Encostada junto à porta, o lenço encardido por entre as mãos, a mãe o via partir. As lágrimas escorriam pela face enrugada daquela mulher; aquele era o último, o caçula dentre doze irmãos, a sair daquele casebre. Os outros nunca mais haviam voltado, não mandavam notícias, nem cartas. Sumiram no mundo em busca de um futuro melhor, a procura de riquezas, fugindo da seca e da fome.

Quando Leônidas, o penúltimo, partira, Chico ainda estava ao seu lado. Alcione era ainda um menino, contando uns nove ou dez anos. Tinha sido o marido quem segurara toda a barra mais pesada, da vez em que ela adoecera, caindo por mais de quinze dias sobre a cama. Era ele quem cuidava da casa, do menino; quem fazia os chás e levava até a sua cama. Tudo passara a ser da sua conta.

Os meninos forma saindo um de cada vez, durante onze anos, até que este quebrou a rotina. Dizia não ter forças para sair pelo mundo, alegava apego aos bichos, à roça, aos pais. Sua vida se resumia ao trabalho na roça e no auxílio à casa. Quando pequeno, não ia à roça, ao contrário do que acontecera com os irmãos. Assim, enquanto o pai descia para o plantio, a limpa, ou a colheita, preferia ficar em casa. Fazia o almoço, ajudava na arrumação da casa; lavava as roupas menores e menos encardidas. Ajudava a sua mãe.

O pai não gostava daquele hábito, mas já estava velho, cansado e sem forças para reclamar. Dessa forma, sua desaprovação limitava-se aos seus pensamentos e isto já lhe era o bastante. Trabalhava do raiar do dia ao pôr do sol, mas fazia tempos que não sentia bem. Faltava-lhe o vigor e a força da juventude. O serviço já não rendia como antes e a única salvação da família era o seu parco aposento, pois o corpo já não lhe era mais de qualquer valia.

Num dia comum, o velho partira para o trabalho, deixando para trás a mulher e o menino. Ao cair da tarde nm.ão retornara e nunca mais se teve notícias suas. O que restou foram apenas suposições; e, dentre as tantas, algumas diziam que ele havia sido comido por alguma onça faminta; outras afirmavam que ele tinha fugido daquela vida sofrida, dali para bem longe, junto de outra mulher. Existiam ainda as más línguas que juravam que o pobre homem havia ido embora por causa do filho, Alcione, que não lhe saíra aos outros e, que, contrariando Chico, já andava de salamaleques com outros garotos, fazendo coisas impróprias para homens de bem.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

DIVAGAÇÕES SOBRE A CHUVA

                                                  DIVAGAÇÕES SOBRE A CHUVA


@ElismarSantos


A chuva deu as caras novamente. Levemente, é verdade, mas reapareceu. Junto dela se acumulam as roupas por lavar, a lama a suja o piso de casa, as reclamações das mulheres e outros contratempos. Mas isso é o de menos, o mais importante são as benesses trazidas por ela.

Vocês já puseram reparo no quanto o dia fica mais tranqüilo diante de um dia chuvoso: os pássaros cantam com maior beleza, os filhos se comportam melhor, os motoristas e as mulheres ficam mais calmos... Quer dizer, estas até que tenham que lavar a casa ou as roupas. Mas, sinceramente, eu prefiro uma chuvinha gostosa.

Os que mais gostam da chuva são os beberrões, apesar de que para eles não existe tempo ruim. Se faz sol, bebe-se para refrescar a alma; se cai a chuva, bebe-se, então, para esquentar o friozinho que faz doer a espinha. Estes são um caso sério, aliás, seriíssimo. Não sei se existe alguma estatística a respeito, mas creio que são nestes dias que acontece o maior número de acidentes e mortes por causa da cachaça. Aff!

Mas, convenhamos, a chuva não é culpada de coisa alguma. Os culpados somos nós, pobres mortais, que não sabemos apreciar sua beleza com moderação. O mais adequado é que se observe a chuvinha que cai de manhã acompanhado de um belo copo de café, algumas broas de milho ou um belo bolo de fubá. Na hora do almoço vale uma dosinha pouca de cachaça, sendo que é possível repeti-la ao entardecer, ou antes do jantar.

Vejam vocês o mais importante: na hora de dormir, com a chuva teimavam em cantar a sua toada sobre o telhado, o mais gostos é deitar precavido, com um bom cobertor de orelha e, se possível, um velho radinho de pilha, daqueles Motobrás, de bem antigamente, tocando uma boa música caipira. O resto que fique pra outra hora, em quer o sol apareça e seque nossas lembranças molhadas de chuva. Tenho dito! 

terça-feira, 15 de maio de 2012

RÁDIO-LEMBRANÇAS


RÁDIO-LEMBRANÇAS


                                                                                                       @ElismarSantos


As lembranças surgem do nada, feito os pássaros que chegam à minha janela sempre à espera de alguma migalha de pão. Bateu-me, por estes dias, uma grande saudade dos tempos em que trabalhava como locutor de rádio, o chamado “Locutor-anunciador”.

Viajava à Montes Claros, diariamente, para a faculdade; chegava à meia -noite e no outro dia já devia estar de pé às cinco da matina, a programação começava às seis em ponto. Era cansativo, não há dúvida, mas era muito legal. Era bom saber que milhares de pessoas acordavam e já se punham a ouvir o meu “Bom dia!”; era bom receber os telefonemas com pedidos, reclamações, com pessoas a fim de papear.

Destas lembranças veio o fato mais curioso: o meu primeiro teste, ainda na Central FM, rádio clandestina e pequenina, se deu com uma nota de falecimento. Isto mesmo, da tristeza de uma família, com a morte de um ente querido, nascia a minha carreira de locutor-anunciador.

Na Central não havia salário, apenas o que se ganhava com as propagandas, que eram mínimas. Depois, veio a Antena 100; rádio de oposição ao prefeito. Nesta ganhava menos de um salário e complementava com algumas poucas propagandas. Eram tempos de quase nenhuma grana, mas de muita diversão. Felicidades espontâneas que brotavam da garganta de um adolescente.

Por fim, eis que surge a 106, 7 FM. Rádio grande, legalizada, abrangendo toda a cidade e regiões vizinhas; uma potência regional. Fiz o teste e fui aprovado. Fiquei na casa por mais de ano, voltando depois mais duas vezes. Tempos bons, tempos áureos. Coisas inesquecíveis que se resumem a uma mera gravação que tenho em casa e, por caso, me pus a escutar num dia desses, o teste que fiz no pequeno estúdio de gravações.

Assim como os pássaros as lembranças vieram; apossaram-se do meu peito e transformaram-se em palavras. Signos ainda emudecidos, verdes, esperando pelo instante em que a luzinha se acenda e os microfones novamente se abram para, de novo, ecoaram pelas ondas do rádio!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

ENSAIO SOBRE A LOUCURA (!)


ENSAIO SOBRE A LOUCURA (!)


@ElismarSantos


Vejam vocês que a loucura é mesmo uma matéria interessante, uma questão que vale a pena ser tratada e, por isso, discutida por muitos, seja na literatura, filosofia ou pelos próprios populares. O complicado, às vezes impossível, é determinar o que seja loucura e o que não passe de puro charlatanismo ou excentricidade.

Em minha cidade, contabilizados, existem uns cinco ou seis loucos, declarados. Tem o que reza pedindo chuva; o que xinga palavrões a um inimigo imaginário; aquele que conta dinheiro e riquezas em bilhões e trilhões e trilhões; o que anda apressado e conversa igual locutor esportivo; o que perambula pela cidade rindo e fazendo gracinhas; o que se diz um amigão e pede um trocado para o cafezinho...

Existem ainda os loucos não declarados. Aqueles que dizem ou fazem coisas estranhas, mas que ninguém se atreve a diagnosticar como lesado. E existe ainda um terceiro caso: o daqueles indivíduos a quem, mesmo sem qualquer ação aparente, todos cismam em taxar de loucos; estes são os dançarinos, cantores, professores, poetas e pensadores. Pessoas que, convenhamos, devem mesmo ser um tanto malucas. 

Machado de Assis em seu “Alienista” já discutiu, com certa ironia, a questão dos loucos; mais seriamente, Focault também o fez. Mas, alguém me diga: o que é mesmo a loucura?! Quem pode ou não ser taxado de louco?! A verdade, penso eu, é que vivemos numa linha tênue em que sanidade e loucura caminham lado a lado, feito duas irmãs, unidas sim, mas sempre a brigarem por qualquer coisinha. Que vença a mais forte, deixando que o indivíduo caia, desta linha, no profundo buraco das divagações.

 Verdade é, caro leitor, que, enquanto, não descobrimos, com razoavelmente, quem seja louco ou não, continuemos a observá-los, com atenção e curiosidade; pois pode ser que num dia qualquer eles nos mostrem que eles é que estavam certos e que os loucos éramos nós. Nós que, num tempo de leviandades, elegemos políticos corruptos, ouvimos músicas irrelevantes e surrupiamos e postamos fotos de artistas esnobes e vazias, só para ter o prazer de vê-las nuas. Pura loucura, loucura!

sábado, 12 de maio de 2012

O CLÁSSICO DAS MULTIDÕES (?)

                                @Elismarsantos


Amanhã é dia de jogo. Melhor ainda, dia de clássico, o antigo CLÁSSICO DAS MULTIDÕES. Fato é que já não se trata mais de uma multidão tão grande assim. Aliás, nem tem porquê existirem muitos indivíduos a assistirem a uma partida de futebol, ainda que esta seja a final do Campeonato Mineiro.

Sem sombras de dúvida, se levarmos em conta os números, frios e imparciais, do campeonato, o Atlético é o grande favorito. Não obstante, se consultarmos, tranquilamente, todas as partidas anteriores, não restará a menor dúvida de que seja o América o grande candidato ao título.

O que se há de esperar para amanhã será uma partida aberta, com o Coelho buscando o gol o tempo todo, haja vista que apenas lhe interessa a vitória. O Galo, provavelmente, haverá de jogar com o regulamento debaixo do braço, já que um simples empate lhe basta.

Não sou a favor que qualquer time jogue apoiado em regulamento. É dever de todos buscar sempre a vitória, o que o América tem feito desde a primeira partida do campeonato. E enquanto isso o Galo convivia com atletas renomados e resultados insignificantes.

Que amanhã tenhamos um bom jogo. Que os deuses do futebol inspire os atletas para que apresentem um bom futebol. Que saiam muitos e belos gols. Que todas as torcidas fiquem felizes e, finalmente, que o futebol brasileiro dos tempos de Pelé e Garrincha dê as caras por aqui!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O PETRÓLEO E EU

  O PETRÓLEO E EU

  Deu no Jornal de Notícias, de Montes Claros, na edição de domingo: Acharam petróleo em Coração de Jesus, mais precisamente nas regiões próximas à cidade. E isto é bom ou ruim?! Sinceramente não tenho, ainda, uma ideia formada sobre o assunto.
     Disseram-me que os donos das propriedades não receberão qualquer tostão por causa das riquezas encontradas. Então, isso não é bom. Depois me disseram que serão inúmeras as benesses adquiridas com o advento do petróleo, as empresas e todo o aparato que acompanha a descoberta; e isso é bom.
     Veja bem, caro leitor, realmente não tenho uma opinião própria; ademais, sou um leigo total no assunto. A única coisa que conheço sobre o produto é que surge a partir da decomposição de ossos e outros organismos que existem há tempos debaixo da terra e que, depois de misturado a outros ingredientes, e coisa e tal, transforma-se na gasolina que abastece a minha moto e me leva ao meu serviço, como professor de Português.
    Por fim, que venham as benesses da nova descoberta e que o contratempos sejam resolvidos a contento entre os donos e os descobridores. O único problema agora, acho eu, talvez seja chegar a um consenso sobre quem seja o real dono do negócio. Afinal, o mais esperto sempre fica com o taco mais gorduroso. Ou não?!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

MEU CENTÉSIMO TEXTO


MEU CENTÉSIMO TEXTO


@ElismarSantos


Eis aqui o meu centésimo texto no ano de 2012. Dentre eles é possível encontrar poesias, fotografias e Crônicas; enfim, um pouquinho de cada coisa que, humilissimamente, compõem este blog. Trata-se somente de um número redondo, o que para muitos já se torna uma grande conquista.
Não haverá qualquer comemoração, nem um churrasco ou uma cervejinha para comemorar, afinal, com este frio o mais convidativo é uma boa caminha com um cobertor de orelhas, ou não?! Por isso, afirmo, a única comemoração é interna. E olhe que é este o maior número de textos que consegui postar nestes anos como blogueiro!
São mais de 7000 mil acessos, vários comentários, 26 seguidores e visualizações de várias partes do mundo. E olhe que falo malmente o Português! Isto é o que mais me anima e faz seguir pelo caminho tortuoso das Crônicas.
Queria escrever um texto em prosa, uma história quem sabe, ou mesmo uma poesia, talvez a mais linda de todas, apenas para comemorar o meu centésimo texto, assim como fazem os jogadores ao marcarem o centésimo gol. Melhor não! Continuarei com meu simples textos, falando de pessoas simples, de coisas simples, de maneira simplória, sem maiores intenções.
Continuarei sendo somente mais um dentre a multidão. Olhando para o passado e buscando as inspirações para o futuro; sonhando alto, mas sempre com os pés no chão, sempre fazendo vôos rasantes, em busca da melhor construção textual.
Parem! Olhem para trás. Vejam os textos anteriores e façam suas próprias conclusões. Melhorei? Piorei? Continuo na mesma toada? Agora, Pare (de novo?)! Olhe para o seu passado: Melhorou? Piorou? Ou continua na mesma toada de sempre?!
Tudo depende de nós; de nossas ações. E em cada queda devemos buscar mais força para prosseguir. Ou não?! Por isso, deixe o passado para trás. Aja como os antropófagos da Semana de Arte Moderna: aproveite o que é bom e jogue o restante fora; o futuro é o que interessa. Assim, resta-me apenas agradecer pelos cem textos e suas honrosas visualizações e, sem mais delongas, miremos os duzentos! Avante, meus caros, avante!

AH, ESTE FRIOZINHO!


AH, ESTE FRIOZINHO!


@ElismarSantos


Para quem não acreditava, o frio chegou. Faz tempo que ele vem avisando a sua chegada, seja numa rajada de vento ou pelas notícias da televisão. Agora já está entre nós, de mala e cuia, com todos os seus apetrechos e os seus assovios de sempre. A verdade é que eu já estava com saudade, cansado daquele calorão que há tempos fazia por estas bandas.
As mulheres já começam a tirar do fundo do guarda-roupas os cachecóis. Ah, e como são bonitos os cachecóis das belas mulheres! Tem para todo quanto é gosto: grandes ou pequenos; lisos ou estampados; caros ou baratos. O importante mesmo é a proteção contra o frio... E o charme que dá às mulheres bonitas.
As blusas também têm o seu espaço por esta época friorenta. São blusas de marca, blusas sem marca, com, ou sem, estampa, jeans, algodão ou de couro; o que importa é que seja leve e quente. Mas existem ainda aquelas mulheres que dispensam a velha blusa e contentam-se com o cobertor de orelhas.
Verdade! Deve haver alguma pesquisa técnica, e isenta, que afirme, piamente, que o cobertor de orelha seja o mais usado entre as mulheres. Explico. Para quem não compreende, trata-se da velha e boa companhia, tanto para as mulheres quanto para os homens. E é nesta época que eles mostram a sua cara.
Comumente, a partir de agora, poderemos ver, pelas esquinas, debaixo de árvores ou encostados nos muros, casaizinhos se aquecendo veemente, para o padecimento dos seus pais. Besteira nossa reclamar, tudo isso são reflexos da paixão latente e culpa deste friozinho convidativo de mês de maio. E, o pior, que atire a primeira pedra quem nunca namorou, encostado no muro ou debaixo de uma árvore, numa época de frio!
Pelo menos até o mês de Agosto devemos conviver com o frio. Assim, também será o nosso convívio com os casaizinhos apaixonados. Todas as noites, ou mesmo durante o dia, observe calmamente o muro da sua casa, ou a arvorezinha da porta do vizinho. Olhe direitinho! Pois eles se escondem, camuflam-se e, por vezes, pode acreditar, transformam-se numa única pessoa. Uma só, indistintamente, meus caros! 

terça-feira, 8 de maio de 2012

A FELICIDADE PERDIDA

A FELICIDADE PERDIDA

                                                                                                     @ElismarSantos


Toda a louça a ser lavada; a comida ainda por fazer; a casa para arrumar; as crianças para cuidar; o marido para bajular. Tudo para ser prontamente acabado e ela, deitada sobre a cama, olhando o tempo, como se nada mais importasse, nada além de sua vida e seus pensamentos.
     O marido chega do trabalho e indaga sobre aquele marasmo. Os filhos chegam do fundo do quintal, onde brincavam de casinha, perguntando pela comida. Ela olha para a casa bagunçada e chora. E sai-lhe um choro triste, magoado; choro de mulher cansada da terrível rotina doméstica.
    Não é domingo, mas a preguiça toma conta do seu corpo. Seus pés doem desmedidamente; suas costas ardem; suas mãos suam, quase ao ponto de levá-la ao desespero. O marido não ajuda; senta-se  em frente à televisão e põe-se a ver o telejornal. As crianças voltam para o quintal, a espera de que a comida fique pronta logo.
    O cachorro late no portão; os carros passam; o menino grita "Olha o pão!"; as meninas descem para a rua debaixo. Tudo isso enquanto uma profunda tristeza toma conta do seu âmago. Tanto tempo fazendo as mesmas coisas, os mesmos e intermináveis serviços de casa e o marido nunca lhe agradecera; não a levara a um bom restaurante, uma festa, um passeio qualquer. As crianças não lhe dão mais os beijos e abraços de antes, apenas pedem (e como pedem!).
    Ela sente-se cansada, exausta, esgotada! Podia jogar tudo para o alto, meter o pé no balde; sair porta à fora e nunca mais voltar. O sono começava a bater-lhe nos olhos. Levantou-se, pegou do avental e voltou a trabalhar. No rádio  tocavam uma música linda. Era a sua música, a trilha sonora dos tempos em que conhecera a felicidade, para depois perdê-la detrás de um avental surrado!


segunda-feira, 7 de maio de 2012

CAROLINA E A DITADURA


CAROLINA E A DITADURA


@ElismarSantos


A mídia anda em polvorosa com o caso das fotos surrupiadas da atriz Carolina Dieckman (?). Também anda as voltas com a recuperação (ou não) de Pedro Leonardo; além, é claro, do caso Cachoeira e as tantas outras polêmicas das nossas casas políticas. Fato é que vivemos em um mundo de intensas trocas de informações e, por isso, cada um que cuide do seu!
Não muito longe se vão os tempos da ditadura, com o seu afamado Doi-codi que, pelo que dizem, como doía (Eu não podia perder o trocadilho!) !  Tempos de duríssimas espionagens, quando pessoas da própria família eram capazes de dedurar um parente em prol da unidade nacional. Não; não digo que estejamos voltando a este tempo. Afirmo apenas que a espionagem corre a solta.
Hoje em dia, muitas pessoas vivem de bisbilhotar a vida alheia, aproveitando-se de escorregadelas ou pequenas falhas de outrem. Vide o caso da Carol (!) que por míseras fotos íntimas tivera a sua intimidade escancarado, depois de negar-se a pagar dez mil reais ao espertalhão. Não; também não seria nada comparado ao Dói-Codi, pois, convenhamos, aqueles agiam por um objetivo, ainda que inumano; enquanto estes covardes o fazem apenas pelo prazer e pelo dinheiro.
Bons mesmo eram os tempos das velhas máquinas de filme, quando tirávamos nossas fotos e revelávamos nós mesmos, em casa, no escurinho de um quarto qualquer. Sendo que, vantagem ou não, os papéis por serem de péssima qualidade, não duravam por muito tempo. Hoje não. As coisas passam rápido demais, mas as imagens eternizam-se. Pobre Carol! Rapidamente ficará velha e decaída; então, restará a nós, pobres mortais, olharmos as fotos de quando ainda era jovem e bonita.
Somos todos voyeuristas (?). Gostamos de observar o que não nos pertence; desejamos o alheio e, mais do que isso, se não podemos tê-lo, esculhambamos todo ele.  É duro, é cruel, mas é a realidade. A atriz continuará com todo o seu brilho e esplendor; mas o Dói-Codi, a ditadura e as fotos surrupiadas ficaram para sempre em nossas lembranças (ou nos computadores?).

UMA PEQUENA LIÇÃO


 UMA PEQUENA LIÇÃO


 @ElismarSantos



     Mais uma semana iniciando e tudo na mesma: a ventania de sempre, as mesmas pessoas, os mesmos fatos. Vez ou outra passa um carro ou moto; na maioria são carroças a transarem para um lado e para outro. Ontem, domingo, foi dia de jogo; um joguinho sem graça, sem vergonha, uma pelada pior do que as que jogávamos nos tempos de criança.
     O jogo e a mesmice interiorana não importam. O que chama a atenção de verdade é a capacidade que as pessoas têm de serem hipócritas. à propósito, todos os dias compro o jornal na loja do Richardy, pessoa de melhor estirpe, um ponto de encontro, informal, de políticos, escritores, cantores, filósofos e tantos outros artistas, bem próximo à rodoviária.
     Mas eis que na manhã de ontem, enquanto conversávamos sobre coisas vãs, entrara uma pessoa da chamada burguesia. Continuamos com a conversa de sempre, até que o pobre sujeito começou a demonstrar toda a sua ignorância quanto ao respeito e a boa convivência social. Saímos todos, como que em conta-gotas, deixando o pobre mortal a ver navios.
    Assim é a vida, meus caros. A arrogância e a prepotência apenas levam o indivíduo à solidão e ao ostrascismo. Por isso continuo com a minha simplicidade, sempre reconhecendo a minha insignificância perante os nobres, sem, contudo, deixar de buscar meus objetivos, meus sonhos de poeta! TENHO DITO!

sábado, 5 de maio de 2012

O HOMEM OLHANDO A LUA

   A tarde caía lentamente e o sol, todo preguiçoso, teimava em não ir embora. Era um sol bonito, grande e brilhante, como se fosse a própria metafísica, se não uma conotação inspirada.
    O único inconveniente era o fato de este não ser o seu dia. Há muito já haviam reservado esse espaço a lua. Disseram que hoje ela estaria mais próxima, mais rechonchuda, mais chamativa. E ela veio, também de forma lenta, empurrando, a contragosto, o astro-rei.
    O Cheloni havia me delegado a feitura de uma crônica sobre a gordinha. Pobre Renato! O cara é um eterno apaixonado, um incorrigível! Mas, convenhamos, a lua está mesmo apaixonante; uma adolescente a desabrochar nesta noite fria outonal!


QUE SEMANA!

    QUE SEMANA


@ElismarSantos


      Nesta manhã de outono venta muito em minha cidade. Não é um ventinho qualquer, é O vento. E o pior de tudo: onde estou morando não tem asfalto! Meu Deus, Quanto sofrimento! Não estou me referindo à poeira. É terra mesmo. Da grossa, da boa, vermelhinha... Algumas máquinas estão trabalhando num morro próximo e a terra voa toda, como se fosse pardal sem destino, para dentro de minha casa. Aff!
     Tirando a questão da terra, esta semana foi terrível. Primeiro, o feriado. E como temos feriados neste país! É um atrás do outro, emendando sempre o final de semana, quando não acontece de se emendar todos os sete dias da semana. Por isso que o Brasil não vai pra frente. Depois, a correria. Vai pra um lado, volta pra outro e nada se resolve. É uma eterna ida e volta sem, quê nem porquê!
     Bom mesmo seria ganhar na Mega. Mas, ganhar pra quê?! Depois vem um ladrão e rouba tudo! O dinheiro ainda vai, mas, e se roubam a vida?! Aí é que se lasca meio mundo. Prefiro poetizar. Ficar na minha, viajando na poeira para trabalhar (E como tem poeira! estão acabando com a estrada!), nadando na poeira, falando da poeira. Afinal, como diz a própria Bíblia: Viemos do pó, somos pó e ao pó voltaremos. Mas que seja tarde e de uma vez só!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

O SEGREDO DE CARMINHA

   
                                 O SEGREDO DE CARMINHA

                                                                                                  @ElismarSantos

    Faz uma semana que está por aqui e já chama a atenção de toda a cidade. Maria do Carmo, este diz ser o seu nome de batismo. Consta que chegou da Bahia, mais precisamente de Bom Jesus da Lapa; que veio de ônibus, passando por Almenara e Montes Claros; que pretende ficar por aqui um bom tempo. Não tem emprego ainda; mas faz uns doces bem deliciosos.
    Carminha, como gosta de ser tratada, tem os olhos bastante esverdeados, os cabelos loiros e o corpo bem desenhado. Ela diz ser solteira, mas algumas pessoas afirmam ter avistado um homem entrando em sua casa por várias noites seguidas, coisa que ela nem nega nem afirma; diz que sua vida pessoal apenas a si diz respeito.
    Assim que chegou veio a minha casa; fez logo amizade com a mulher do Arnaldo, que continua por aqui. Por isso, todos os dias frequenta a minha casa e conversamos por muito tempo. Ela diz saber da curiosidade que desperta nos citadinos, mas afirma não ter qualquer segredo para revelar. Faço um esforço para acreditar nessa linda figura, mas, confesso, há alguma coisa nos seus olhos que não me convencem. Talvez sejam o seu olhar de Capitu!
 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

PLANOS


PLANOS


@ElismarSantos


Os homens descem para o centro. Vão esperar o ônibus, fumar seus cigarros, conversar fiado até que a hora chegue. Daí irão para o trabalho e trabalhão até o fim do dia. A mesma vida de sempre, o mesmo emprego, a mesma ladainha todos os dias.
Da janela, enquanto brinca com um carrinho de madeira, um menininho olha aquela cena, e pensa, um dia fará todo aquele trajeto, fumará daqueles mesmos cigarros, conversará as mesmas conversas fiadas, pegará o mesmo ônibus e seguirá para o trabalho.
Uma lágrima desce pela sua face. Não quer aquela vida para si. Quer ser doutor, um grande médico, salvar vidas, fazer caridade, cumprir plantões e ganhar um milhão de dinheiro. Tudo aquilo era o seu sonho; um sonho de criança, sem maldade, sem sapiência, sem qualquer conhecimento.
Lá na cozinha, a mãe prepara um bolo gostoso e sonha com o dia em que seu filho vestirá a batina e rezará toda a missa em Latim. Ela, com fé e emoção, haverá de sentar-se na primeira fileira e será a primeira a receber a sua primeira hóstia.
Enquanto isso, na varanda da frente, uma menininha saliente, observa a brincadeira da pobre criança e sonha em desfazer todos os planos da mãe do garotinho. Ela não pensa em casamento; apenas em diversão, somente diversão.
Pobre menino, jogado aos sonhos, aos pensamentos, aos planos alheios. Tudo isso enquanto os homens descem a rua contando casos de muito tempo atrás, quando tudo era bem melhor que hoje.